A INFLUÊNCIA DO RITMO NO
COMPORTAMENTO HUMANO: OS INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO NA MUSICOTERAPIA
Autor:
Gilson Fernandes Pereira Sousa
Resumo
A música desde o
início dos tempos esteve presente na vida do ser humano e o ritmo é um elemento
primário da experiência humana que faz parte da consciência motriz e dinâmica
envolvendo ação e induzindo ao movimento. A musicoterapia trabalha para
auxiliar os pacientes a ter uma qualidade de vida melhor e , através de atividades utilizando instrumentos
de percussão, desenvolve o equilíbrio mental e motor do paciente. Este estudo
aborda a interferência do ritmo no ser humano através da utilização dos
instrumentos de percussão nas sessões de musicoterapia.
Palavras-chave: Ritmo,
Percussão, Musicoterapia.
Abstract
The music from the beginning of time was present in human life and the
pace is a primary element of human experience that is part of the dynamic
driving awareness and involving action and inducing movement. Music therapy
works to help patients have a better quality of life and, through activities
using percussion instruments, develops the balance and motor mental patient.
This study discusses the interference of rhythm in humans through the use of
percussion instruments in music therapy sessions.
Keywords: Rhythm,
Percussion, Music Therapy.
INTRODUÇÃO
O Brasil tem uma enorme variedade de
ritmos. Assim, cada brasileiro é privilegiado com uma cultura muito forte
ritmicamente. Muito embora alguns não sejam músicos, o cotidiano de cada região
com variedades de estilos musicais vão marcando época e se incorporando em cada
pessoa.
Na musicoterapia, a entrevista inicial para
preenchimento da ficha musicoterapêutica de acordo com Benezon(1985), procura
identificar as vivências sonoras do paciente durante sua vida. Esse período vai
desde a gravidez, passando pela infância, adolescência até os dias atuais.
Também leva-se em consideração os sons e ruídos de seu cotidiano entre outras
coisas. A probabilidade da música brasileira ser mencionada pode ser
considerável, afinal, a contribuição cultural ajuda muito.
O musicoterapeuta pode estimular o paciente
através de um dos elementos da musica, neste caso, o ritmo. Assim, a variedade
de instrumentos a serem trabalhados na sessão é enorme e vai depender dos
objetivos traçados para cada paciente e em inúmeras vezes os primeiros
instrumentos musicais são o corpo do terapeuta e o corpo do paciente.
A musicoterapia através do trabalho com o
ritmo, auxilia o paciente a reconhecer seu
ritmo temporariamente desorganizados adaptando-o a nova realidade.
Compreendendo o ritmo das crianças
O
cérebro tem limitações e é necessário entender para que ele comece a processar
as informações. Os pais tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança e
é preciso controlar a ansiedade para não causar danos a criança. O sistema
nervoso controla a relação entre o mundo interno e externo que interage e
responde aos impactos sonoros do meio através de órgãos especiais e sensíveis.
Diariamente
somos afetados por sons e ruídos o que contribui para a nossa identidade
sonora. Os bebês já vem ao mundo com uma identidade sonora e respondem a música
ainda no útero da mãe.
O
ritmo está presente nas culturas há milhares de anos e é um elemento
fundamental para a música. A música é uma forma de energia percebida pelo
sentido auditivo e tátil GFELLER (1992, p. 42) cita:
(...)a
musica possui quatro funções principais: ela atua no sentido de melhorar a
atenção, vinculada ao treinamento do desenvolvimento motor e/ou cognitivo; estimular
habilidades sócio-comunicativas; favorecer a expressão emocional e
esclarecimento e estimular o pensamento e a reflexão sobre a situação da vida
da
pessoa.
Entender em que fase cognitiva se
encontra o paciente auxilia o musicoterapeuta no estímulo do paciente.
Koellreutter ( 1990) afirma que o ritmo faz parte da consciência motriz e
dinâmica. É elemento primário da experiência humana, envolvendo ação e
induzindo ao movimento, sendo muito utilizado em musicoterapia. Também
Barcellos (1992), entende as intervenções rítmicas como as que possibilitam
modificações corporais.
.
A produção rítmica não é igual em
todas as pessoas. Nordoff e Robbins (1994) estabeleceram categorias de
respostas rítmicas baseado em estudo realizado com 145 crianças com alguma
deficiência mental. Listaram as seguintes categorias rítimicas: completamente
livres, livres mas instáveis, liberdade rítmica limitada, batida compulsiva, batida
desordenada, batida dispersiva, batida com força emocional, batida criativa
caótica.
A
partir destes dados, cabe ao musicoterapeuta traçar objetivos para cada
paciente levando em consideração a fase cognitiva de cada um. A música é mais
que movimento físico é um movimento integrador análogo ao próprio funcionamento
cerebral e pertinente ao desenvolvimento humano e, nesta relação, encontra
sintonia promovendo ativações e conexões que se apresentam como representativas
para mudanças comportamentais significativas.
Os
instrumentos de percussão na musicoterapia
Os
instrumentos de percussão tem diversos formas de execução que varia de acordo
com a sua classificação. Os tipos mais comuns popularmente falando são os de
impacto( batida), de raspagem e de agitação. É importante que o musicoterapeuta
conheça um pouco das técnicas de execução para auxiliar o paciente em uma
sessão musicoteapêutica se necessário.
A
partir dos objetivos traçados com o paciente e da testificação realizada,
observa-se o instrumento que utilizará na atividade. Há aqueles que produzem o
som a partir da vibração do próprio corpo, aqueles em que o som e produzido a
partir da vibração de uma membrana presa no corpo do instrumento ( pele
sintética ou de couro de animal) é o caso dos tambores em geral, os instrumentos
de fricção que produzem som quando estes são pressionados por uma varinha
contra seu próprio corpo que possui fendas que, ao serem friccionadas, produzem
som. Alguns instrumentos como o reco-reco, são as molas que são utilizadas para
esta fricção e podem ser de metal ou de madeira. Completando temos os de
agitação que produzem som a partir do choque de sementes no corpo do
instrumento ( geralmente cabaças) e podem ser internos ou externos, é o caso
dos ganzás em geral e dos xequerês.
Com
o conhecimento básico da utilização e técnica destes instrumentos, pode-se facilitar
o canal de comunicação entre o musicoterapeuta e o paciente, seja para
estimular ou intervir se necessário afim de ajudar no processo terapêutico. Benezon
(1995) aconselha a utilização de instrumentos de percussão no começo do
tratamento e afirma ainda que quanto
mais primitivo é o instrumento na sua construção e no seu material, mais
próximo estará do ideal musicoterapêutico.
Considerações finais
Posto
isso, percebe-se que a contribuição do ritmo para a musicoterapia através dos
instrumentos de percussão é muito importante. Os instrumentos quando colocados
de acordo com os objetivos traçados pelo musicoterapeuta, ajudam a melhorar a
qualidade de vida do paciente, contribuindo para o controle interno e externo
do indivíduo através dos movimentos e das vibrações provocadas pela execução
dos mesmos. Pretende-se dar seguimento a este trabalho através de mais
pesquisas e vivências clínicas.
REFERÊNCIAS
BENENZON,
Rolando O. Manual de Musicoterapia.
Rio de Janeiro: Enelivros,1985.
BARCELLOS,
L.R.M. Cadernos de Musicoterapia 2. Rio de Janeiro: Enelivros, 1992.
CHAGAS,Marly.Musicoterapia: desafios entre a modernidade
e a contemporaneidade- como sofrem os híbridos e como se divertem. Rio de Janeiro: Mauad X : Bapera, 2008.
GFELLER, Kate E.; TBAUT, Michael H.An Introduction To Music Therapy.Dubuque,Wm.C.Brown
Publishers, 1992.
NORDOFF.P.;ROBBINS,C.
Creative Music Therap
2 comentários:
Muito bom! Referências bacanas que tambem estão servindo de base pro meu TCC
Que bom poder compartilhar informações ! Continuo com a pesquisa com a supervisão da Mt Nydia, Professora da Pós Graduação em Musicoterapia na UFPI. Em breve os resultados da parte prática da pesquisa. Abraços e sucesso no seu TCC. Qualquer coisa segue meu email: gfernandesbat@yahoo.com.br .
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