domingo, 15 de novembro de 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

3º ENCONTRO PIAUIENSE DE MUSICOTERAPIA

DIA 22 DE NOVEMBRO DE 2009 (DIA DA MÚSICA) -Local:Sala madre Escobar-Rua Dr. Raimundo da Paz s/n-Bairro dos Noivos-Teresina-PI Horário-9h às 12 h/ 15h às 18 h Práticas em musicoterapia Palestras diversificadas / Relato de experiências Exposição material Clientela: profissionais das áreas de: saúde, educação e outros interessados.
Investimento:R$10,00-estudante R$20,00-profissionais Maiores informações:tel-(86)8812-2428/8808-7228- Inscrições- amt.piaui@gmail.com www.associacaodemusicoterapiadopiaui.blogspot.com
Apoio: Fundação CCEPLAR
FICHA DE INSCRIÇÃO (enviar para o e-mail) Nome- Endereço completo- Data de nascimento- E-mail- Tels- Profissional-( ) Sim Área- Estudante- ( ) Sim Curso- Período- Faculdade- Participação em eventos da área de musicoterapia-( )Sim ( )Não Quais? Interesse em aprofundar conhecimentos em pós-graduação.( )Sim ( )Não Caso afirmativo gostaria de ser contactado caso haja o 2º curso de especialização na UFPI? ( ) sim ( ) Não *para cursar é obrigatório estar no ultimo período do curso de graduação ou já ser graduado na área de música ou outras áreas . Ter conhecimento musical e dominar pelo menos um instrumento musical harmônico.haverá prova específica de conhecimentos musicais.

sábado, 17 de outubro de 2009

O CÉREBRO DO MÚSICO COMO REFERENCIAL NAS PRÁTICAS MUSICOTERÁPICAS DO SÉCULO XXI Baseado em pesquisas atuais sobre o cérebro do músico e os efeitos da música em outros cérebros este estudo busca referências sólidas na aplicação da musicoterapia neste século. O objetivo é trazer novas possibilidades e referenciais científicos para o profissional musicoterapeuta envolvido com pacientes neurológicos e outros em equipe multidisciplinar. Auxiliando também na comunicação entre membros de uma equipe científica com diversas formações, mas que compartilham objetivos terapêuticos a serem atingidos com os mesmos pacientes em tratamento. Assim estes estudos tem por base pesquisas neurocientíficas de: Altenmuller (2001), Bigand (2000), Levitin (2007), Sacks (2007), Peretz e Zatorre (2003) e a aplicação adaptada dos mesmos no fazer musicoterápico do século XXI. Palavras-Chave: Musicoterapia, cérebro do músico, pacientes neurológicos.
Especialista em Musicoterapia –CBM-RJ-1998.Co-autora projeto de Especialização em Musica-Musicoterapia-UFPI-2005.Musicoterapeuta do CEIR-Centro Integrado de Reabilitação Física de Teresina-PI.Presidente AMT-PI-Associação de Musicoterapia do Piauí. E-mail-nydiadoregomonteiro@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO O interesse sobre cérebro e música encontra-se em crescimento, pois nunca se pesquisou tanto sobre tal assunto no mundo como na atualidade. Neste trabalho focamos mais os pioneiros desta área, tais como: Eckhart O. Altenmuller (Instituto de Fisiologia da música e da medicina da Arte–Hannover, Alemanha), Emmanuel Bigand (Instituto de Pesquisa e Coordenação acústica/Música-Dijon-Paris), Isabelle Peretz(Laboratório de Neuropsicologia da Música da Universidade de Montreal- Canadá), Robert Zatorre (Universidade McGill-Montreal-Canadá), Schlaug (Universidade de Harvard), Daniel Levitin (diretor laboratório pesquisa MacGill) e o Oliver Sacks. ( neurologista com trabalho de pesquisa com musicoterapeuta) Desta forma, os musicoterapeutas, únicos profissionais que utilizam a música com objetivos terapêuticos, não devem ignorar estas pesquisas. Ao contrário, devem ser utilizadas como aliada para nortear suas ações e fortalecer a credibilidade entre os profissionais da área de saúde. O objetivo proposto por este artigo é trazer novas possibilidades e referenciais científicos para o profissional musicoterapeuta envolvido com pacientes neurológicos e outros em equipe multidisciplinar podendo também auxiliar na comunicação entre membros de uma equipe científica com diversas formações.
1-ATUAÇÃO DA MÚSICA NO CÉREBRO Quadro 1: O cérebro e principais centros de processamento musical CÉREBRO PROCESSAMENTO MUSICAL Córtex préfrontal Criação de expectativas; violação e satisfação das expectativas.Planejamento do tocar, cantar. Córtex prémotor Movimento, bater o pé, dançar e tocar um instrumento. Córtex sensorial Reação tátil a tocar um instrumento . Córtex auditivo As primeiras etapas da audição de sons, a percepção e a análise de tons. Córtex visual Leitura de música, observação dos movimentos de um executante. (incluindo os do próprio) Corpo caloso Liga os hemisférios esquerdo e direito. Núcleo accumbens Reações emocionais à música Amígdala Reações emocionais à música Hipocampo Memória para a música, experiências e contextos musicais. Gânglios Basais Órgão de sucessão-geração modelação do ritmo, do andamento e métrica.(Wich, Levitin e Sacks ) Cerebelo Movimentos, como o bater do pé, dançar, e tocar um instrumento. Também envolvido nas reações emocionais à música. Fonte: adaptado de Levitin, 2007.p.276-277.
2- DETALHES RELEVANTES DAS PESQUISAS PARA A MUSICOTERAPIA O cérebro, segundo Herculano-Houzel (2008) representa apenas 2% da massa corporal, consome 20% da energia necessária. A redução de 1% desta energia é suficiente para provocar desmaio ou mal estar. Ou seja, ele é essencial para a ação do ser humano. O Cérebro do músico, segundo Sacks (2007) é o único que pode ser reconhecido sem dificuldades por anatomistas, justamente pelos inúmeros estudos já realizados e comprovados. O mesmo autor ressalta a coordenação de muitas estruturas cerebrais (córtex-motor, núcleo do tálamo, gânglios basais, cerebelo) para haver a atuação do músico. “O músico em sua plenitude é um milagre operacional, mas um milagre com vulnerabilidades singulares e às vezes imprevisíveis”(Marsden apud.Sacks, 2007, p.260). Os estudos cerebrais de músicos acometidos de doenças e com seqüelas também tem sido úteis para desvendar mais os mistérios do cérebro. Os músicos tendem a ter a parte frontal do corpo caloso maior (Schlaug apud Levitin, 2007) e o cerebelo também maior. Aliado a isso há também uma concentração maior de massa cinzenta (contem os corpos celulares, dentritos e axônios e é responsável pelo processamento das informações) nas áreas motoras, auditivas, visuoespaciais do córtex, como no cerebelo (Schlaug apud Sacks,2007). Sluming (Hopen, 2009) com sua equipe da Universidade de Liverpool comprovou maior densidade de substância cinzenta na área de Broca (fala) em músicos de orquestra. Para os músicos esta área também faz a mediação de aptidões visuais e o seqüenciamento de ações motoras rápidas. Descobriu-se também em pianistas profissionais que certas regiões da substância branca são mais desenvolvidas. e conectam partes do córtex cerebral vitais para a coordenação motora dos dedos e áreas cognitivas operadas durante a produção musical (Úllen apud Field, 2008). Bigand (Vieillard,2009) e Peretz(2009) tem investigado simultâneamente e com parcerias internacionais em diversos laboratórios, chegando as conclusões de que são dois os parâmetros musicais relacionados na expressão emocional: andamento e modo. Andamento rápido e modo maior contribuem para expressão de alegria. Andamento lento e modo menor, equivalência emocional negativa. Um modo menor e uma dinâmica estimulante evocam um sentimento de raiva ou de medo (Bigand apud Vieillard,2008). Parâmetros combinados e divergentes, os ouvintes utilizam o andamento para julgar por ser mais simples de processar. Crianças identificam bem cedo os índices emocionais na estrutura musical. Para Peretz (Vieillard,2008) a música não evoca emoções apenas de acordo com a história pessoal de cada um (ISO), mas que ela de fato as provoca. Fritz et all, neste ano apresentaram resultados sobre reconhecimento emocional de três emoções e utilizaram população africana isolada culturalmente, provando exatamente esta percepção universal das emoções relacionadas a estes parâmetros. (em parceria com Peretz).
Complementando estas informações que podem ser utilizadas para reforçar nossos princípios e aplicações musicoterápicas temos: A importância do envolvimento emocional com as músicas por potencializar os efeitos tem sido provada em inúmeras pesquisas. Levitin (2007) ao trazer alguns resultados das pesquisas realizadas na MacGill ressalta que o cerebelo é mais ativado quando as pessoas ouvem músicas familiares. Schmahmann (Levitin,2007) de Harvard, reuniu provas suficientes de que o cerebelo também está envolvido na emoção. Levitin em outra pesquisa realizada com Perry (2007) mostra os resultados quando os pesquisados cantaram suas músicas preferidas: todos cantaram nas alturas sonoras exatas ou próximas das originais, como também nos andamentos. O que reforça também a memória potencializada pela emoção. Quanto à percepção musical e os hemisférios já se comprova: A percepção musical é hierárquica. Segundo Altenmuller (2009) o lado esquerdo do cérebro parece processar elementos básicos como intervalos e ritmos. O direito reconhece características gerais como a métrica e o contorno melódico. Zatorre comprova a mesma afirmação em suas pesquisas (Levitin,2007) com pacientes com lesão temporal direita. Peretz descobriu que o hemisfério direito do cérebro contem um processador do desenho musical que efetivamente traça o contorno de uma melodia e analisa-o reconhecendo posteriormente e o mais importante, está dissociado dos circuitos do ritmo e da métrica do cérebro (Levitin, 2007). Sacks (2007) afirma que em geral as deficiências na percepção da melodia estão associadas a lesões no hemisfério direito. A disseminação do ritmo é muito mais complexa e envolve o hemisfério esquerdo, sistemas subcorticais dos gânglios basais, cerebelo e outras áreas é também destacado por Sacks.
Parte do artigo apresentado no Simpósio Brasileiro de Musicoterapia em Curitiba-PR. Caso você tenha interesse em lê-lo integralmente é só solititá-lo através do meu e-mail

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

ORQUESTRA DO CÉREBRO -revista época negócios on line

Orquestra do cérebro faz música com a força da mente No projeto, músicos usam uma espécie de capacete com eletrodos capazes de fazer a leitura das descargas elétricas do cérebro e emitir sons Por Época NEGÓCIOS Online Orquestra do cérebro: com a força do pensamento, músicos criam os sonsNada de violinos, violoncelos, flautas, tubas ou vibrafones. A Multimodal Brain Orchestra faz música a partir da força da mente, usando descargas elétricas dadas pelo cérebro. Um maestro "emocional" rege a apresentação a partir de suas emoções e batimentos cardíacosCriação de pesquisadores da Universidade Pompeu Fabra, de Barcelona, na Orquestra do Cérebro os músicos usam uma espécie de capacete com eletrodos capazes de fazer a leitura das descargas elétricas do cérebro. Os músicos têm funções diferentes. Cada um assiste a um tipo diferente de imagem, que estimula pontos diferentes do cérebro. Alguns ficam olhando para uma tela com linhas e colunas que apresentam diversas letras piscantes. Eles são orientados a olhar para uma determinada letra. Quando eles conseguem encontrar uma dessas letras, o cérebro emite um sinal conhecido como P300, que aciona um instrumento ou um som já gravado. Outros músicos visualizam uma caixa com luzes piscando em várias freqüências. Cada tipo de freqüência provoca um estímulo diferente na retina, que por sua vez gera uma descarga elétrica e aciona outros tipos de sons. Para reger a orquestra existem dois maestros, um tradicional e um outro "emocional", que vai assistindo a imagens e modificando o andamento das músicas a partir de suas emoções e seus batimentos cardíacos. A orquestra fez a sua primeira apresentação no congresso Science Beyond Fiction, na República Checa. O resultado final não é o que se pode chamar de melhor música do mundo, mas é uma prova do que o cérebro pode fazer mesmo sem as mãos. Veja você mesmo assistindo ao vídeo. Além do maestro emocional, a orquestra do cérebro tem também o maestro tradicional VÍDEO:Multimodal Brain Orchestra - Documentary

domingo, 13 de setembro de 2009

15 DE SETEMBRO-DIA DO MUSICOTERAPEUTA

NO PIAUÍ VAMOS COMEMORAR COM MUITO TRABALHO, DIVULGAÇÃO E UM JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO. QUEM QUISER NOSSA PRESENÇA EM PALESTRAS, CURSOS, PROJETOS E ATENDIMENTOS É SÓ CONTACTAR. (86)8812-2428

MEUS TRABALHOS APRESENTADOS NO SIMPÓSIO BRASILEIRO

FUI MUITO BEM RECEBIDA DURANTE O SIMPÓSIO E PUDE COMPARTILHAR MEUS TRABALHOS . -APLICAÇÕES DA MUSICOTERAPIA EM REABILITAÇÃO FÍSICA NA ATUALIDADE -O CÉREBRO DO MÚSICO COMO REFERENCIAL NAS PRÁTICAS MUSICOTERÁPICAS DO SÉC.XXI E O VÍDEO: AMPLIANDO FRONTEIRAS: MUSICOTERAPIA NO PIAUÍ ESTÃO A DISPOSIÇÃO DE QUEM SE INTERESSAR.

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MUSICOTERAPIA EM CURITIBA - PARANÁ

UM DOS PONTOS ALTOS DO SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MUSICOTERAPIA QUE ACONTECEU DOS DIAS 4 A 8 DE SETEMBRO EM CURITIBA- PR FOI O CURSO E PALESTRA REALIZADA PELO ARGENTINO (PRESIDENTE ASSOCIAÇÃO DA ARGENTINA) MUSICOTERAPEUTA GABRIEL FEDERICO. TIVE O PRIVILÉGIO DE PARTICIPAR DOS DOIS.APRENDI MUITO!! CURSO: "AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E MUSICOTERAPIA APLICADA EM BEBÊS E CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN , PARALISIA CEREBRAL EOS DIFERENTES TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS" PALESTRA: MUSICOTERAPIA PRÉ-NATAL FANTÁSTICO!!! VISITE O SITE DELE: www.gabrielfederico.com

terça-feira, 25 de agosto de 2009

PREMEDITANDO O BREQUE (editado cérebro nosso de cada dia)

http://www.cerebronosso.bio.br/descobertas/2009/8/21/premeditando-o-breque.htmlMais do que apenas para acompanhar músicas, a percepção de ritmos regulares é importante também para atividades de interação social como dançar, produzir música em conjunto e até mesmo perceber, durante uma conversa, o momento certo de falar. Mas seria esta uma habilidade inata ou aprendida quando somos, por exemplo, embalados ao som de música por nossos pais? É o que um estudo de István Winkler e colaboradores, da Hungarian Academy of Sciences, procurou responder. Os pesquisadores observaram que o cérebro de crianças recém-nascidas responde a violações da batida em uma sequência rítmica quando a primeira batida de um ciclo é omitida. Isso indica que, ao ouvir uma música, os bebês já são capazes de identificar o intervalo entre as batidas e o padrão que elas obedecem, criando expectativas quanto ao início de um novo compasso. Embora pareça surpreendente o cérebro de um bebê já ser capaz de detectar a falta de uma batida em uma sequência musical, essa capacidade não é, no entanto, uma habilidade específica inata para a música - e sim o resultado de uma habilidade genérica do cérebro: a capacidade de identificar padrões. Pelo jeito, eis algo que já nascemos sabendo! (LSBP, 22/8/2009) Fonte: Winkler I., Haden G. P., Ladinig O., Sziller I. e Honing H. Newborn infants detect the beat in music. Proc Natl Acad Sci U S A, vol. 106(7), p. 2468-71, 2009.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

SINESTESIA e MÚSICA

Neste domingo, dia 26/7/9, no programa Fantástico da rede globo foi exibida uma matéria sobre uma moça com reações sinestésicas ao ouvir sons e música. Ela tem per- cepção alterada: olfativa e visual (cores). Dr. Oliver Sacks (neurologista -USA) já descreveu alguns de seus pacientes com algumas características sinestésicas em seus artigos publicados e em seu livro "Alucinações Musicais"-edição brasileira. Por ser bastante interessante, transcrevo em parte um artigo publicado em 2007 na revista "Mente e Cérebro"- edição 168 - Janeiro 2007 OUVINDO CORES Definida como contaminação dos sentidos, a sinestesia não é doença, mas um fenômeno sensorial quase sempre acompanhado de memória e criatividade excepcionais. A sinestesia é um fenômeno de contaminação dos sentidos em que um único estímulo - visual, auditivo, olfativo ou tátil - pode desencadear a percepção de dois eventos sensoriais diferentes e simultâneos Quando escrevo uma equação na lousa vejo os números e as letras de cor diferente. E me pergunto: que diabos meus alunos vêem?" A frase é do americano Richard Feynman, Nobel de Física em 1965. Ele faz parte de um grupo de pessoas para quem o número dois pode ser amarelo, a palavra carro tem gosto de geléia de morango e a nota fá evoca a imagem de um círculo, por exemplo. Essas são algumas das experiências sensoriais que povoam o cotidiano das pessoas com sinestesia. São sensações difíceis de imaginar, mas tremendamente reais para quem as vive, tanto que os sinestésicos pensam que todas as pessoas têm as mesmas percepções. Eles raramente sabem que são dotados de uma característica particular, mas não tardam muito a descobrir sua memória prodigiosa e seu extraordinário potencial criativo. Estima-se que o fenômeno atinja uma em cada 300 pessoas. A sinestesia é um fenômeno de contaminação dos sentidos em que um único estímulo - visual, auditivo, olfativo ou tátil - pode desencadear a percepção de dois eventos sensoriais diferentes e simultâneos. Há pessoas, por exemplo, que toda vez que sentem um odor (real), escutam certo som (imaginário). Outros enxergam em cor uma letra do alfabeto escrita com tinta preta. Não se trata de um transtorno temporário na maioria dos casos, ainda que haja algumas raríssimas exceções; por isso um dos principais critérios para o diagnóstico da sinestesia é sua estabilidade ao longo do tempo. Geralmente a associação entre estímulo e percepção ocorre apenas em um sentido: quem vê a cor vermelha (imaginária) toda vez que ouve nota dó (real) não escuta a mesma nota (imaginária) quando vê qualquer coisa vermelha (real). Totalmente involuntária, a sinestesia não pode ser controlada, nem induzida na ausência do estímulo específico. E é justamente a incapacidade de controlá-la que a distingue das chamadas sinestesias cognitivas, que se caracterizam por associações de idéias (objetos, conceitos, cores, sons) e dependem, na maioria das vezes, de experiências artísticas individuais e de condicionamentos culturais. Alguns exemplos de sinestesia cognitiva são pensar num campo florido enquanto se ouve As quatro estações de Vivaldi, ou desfrutar antecipadamente o sabor de uma maravilhosa torta que se vê na vitrine; em ambos os casos a pessoa sabe que não está no campo florido e que é preciso comprar a torta. Já a experiência sensorial induzida pela verdadeira sinestesia é percebida concretamente, como se fosse real. SINTOMA POSITIVO Segundo o psicólogo Jamie Ward, da Universidade de Londres, a sinestesia não é doença. "O que a distingue da maioria dos transtornos psiquiátricos ou neurológicos é o fato de os sinestésicos serem dotados de um sintoma positivo, isto é, de uma característica ausente na população geral. Os distúrbios geralmente se caracterizam pela ausência ou pelo comprometimento de uma função, como a afasia e a amnésia", diz. Portanto, os sinestésicos são pessoas absolutamente normais, que não manifestam problemas cognitivos ou outras disfunções. Alguns estudos conduzidos pelo médico Richard Cytowic, pioneiro na pesquisa da sinestesia, indicam que a memória e a criatividade dos sinestésicos são superiores às da média da população. Por outro lado, o senso de orientação não é tão bom assim. A maioria dos sinestésicos é canhota e um percentual significativo confunde direita e esquerda. Seu ponto forte são as faculdades mnemônicas, particularmente a memória declarativa: os sinestéticos se lembram de muitos números de telefone, datas, senhas, fatos e eventos. Também é comum que se recordem com perfeita precisão de longos diálogos de filmes, trechos de livros e instruções verbais. O que não se sabe ainda, entretanto, é se essa capacidade excepcional se deve à sinestesia propriamente dita ou a algum fenômeno correlato. O primeiro sinestésico registrado na literatura médica foi uma criança de 3 anos e meio em 1922. Até hoje não se sabe ao certo em que idade o fenômeno se manifesta, muito menos se as percepções cruzadas na infância são as mesmas na idade adulta. Nenhum sinestésico se lembra do momento exato em que começou a ver a letra A sempre pintada de vermelho ou a nota dó exalar um perfume de rosas. Segundo o professor de psicologia da Universidade de Trieste Walter Gerbino, durante o período de desenvolvimento da aprendizagem perceptiva os elementos do sistema sensorial se associam, de modo estável e regular, a estímulos específicos. CONTINUAÇÃO Massimo Barberi é jornalista científico.

domingo, 12 de julho de 2009

MÚSICA PARA TRATAR PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA

Falar da própria vida escolhendo músicas para expor sentimentos e vivências pode ser um recurso terapêutico que auxilia na reconstrução da identidade e ajuda a melhorar a qualidade de vida de portadores de doenças crônico-degenerativas. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) usaram a técnica em oito pacientes com esclerose múltipla, distúrbio neurológico progressivo que afeta adultos jovens e compromete principalmente os movimentos. Os resultados foram publicados nos Arquivos de Neuro-Psiquiatria. Depois de escolher entre dez e 15 músicas, os pacientes participaram de uma entrevista aberta na qual explicaram suas experiências pessoais com cada uma. A análise dos conteúdos mostrou que prevaleceram relatos associados à consciência emocional e corporal e primeiros relacionamentos. Segundo os autores, a técnica da “autobiografia musical” permitiu que eles expressassem afetos, frustrações e desejos, reorganizando-os no contexto da doença e elaborando o senso de continuidade da vida. Pela primeira vez aplicado a pacientes com esclerose, o recurso terapêutico deve ser considerado como mais uma estratégia no tratamento multidisciplinar do distúrbio, recomendam os autores. NOTÍCIA REVISTA MENTE CÈREBRO-9/07/2009 http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/musica_para_tratar_pacientes_com_esclerose_multipla.html

quinta-feira, 9 de julho de 2009

segunda-feira, 6 de julho de 2009

MUSICOTERAPIA ANTECIPA ALTA EM HOSPITAL

Musicoterapia melhora o humor e antecipa alta em hospital, sugere estudo (por Flávia Mantovani - Editora-assistente do Equilíbrio) A musicoterapia não só melhora o humor de pacientes hospitalizados como pode até antecipar a alta médica. É o que sugere um levantamento feito por uma equipe da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), que desenvolveu um projeto nos hospitais Paulistano e TotalCor, em São Paulo, e Bezerra de Menezes, em São Bernardo co Campo (SP). Dos cem pacientes ouvidos, 90% tiveram melhora do estado emocional, medida por questionários no início e no fim da sessão. Em 72% dos casos, houve antecipação da alta médica, avaliada por psicólogos e médicos. Para Maristela Smith, coordenadora do curso de musicoterapia da FMU, a melhora no humor não acontece só no momento em que a equipe atua. "A música provoca efeitos bioquímicos. Atua em neurotransmissores como a serotonina e enriquece os circuitos neurais, o que intensifica o prazer. Os benefícios deixam resíduo." No projeto, são usado flauta doce, violão, baixo e vários instrumentos de percussão. Em uma entrevista, monta-se a história sonora do paciente, que inclui seus ritmos preferidos. No quarto, os musicoterapeutas tocam, por cerca de 20 minutos, canções conhecidas e com mensagens de otimismo, e também compõem músicas para cada paciente. Os estilos mais pedidos foram MPB (37%), clássico (18%) e sertanejo (15%). Roberto Carlos foi o preferido. A maioria dos pacientes tinha mais de 50 anos. Para Alze Tavares, coordenador médico do Hospital Paulistano, pacientes de qualquer idade são beneficiados. "A música reduz a insônia, tem impacto nas freqüências cardíacas e respiratórias e até na pressão O humor melhora e o relacionamento com os profissionais de saúde, também." No segundo semestre, a FMU pretende expandir o projeto para pacientes de outros hospitais. ANDREIA BAGI encaminhado por-- Catia Guimarães jornalista

segunda-feira, 29 de junho de 2009

OS SONS QUE VIRAM TERAPIA-Matéria Jornal Meio Norte-19/06/09-caderno Theresina-p.1 a p3.

Os sons que viram terapia Saúde/A Musicoterapia é hoje comprovadamente bem usada contra vários males, tanto do corpo, como da mente Simone Rodrigues e Flávio Moura Editoria Theresina Um conjunto de sons, palavras e melodias. Essa é a denominação simplificada para a palavra ‘música’. Hoje, esse conceito se expande. O som não é mais apenas arte. Entre suas utilidades, é usada como terapia. Animando, aliviando dores e aumentando a auto-estima, ela se transformou em musicoterapia, comprovada por vários estudos recentes como um verdadeiro remédio contra vários males. Males do corpo e da alma. Segundo pesquisas, há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Cientistas acreditam que a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma atividade que se baseasse na organização de sons. Ou seja, o homem sentia a vontade de organizar os sons ouvidos na natureza e, à medida que ia fazendo isso, percebia que os sons entravam em harmonia e davam uma sensação de prazer, ao ouvi-los ou ao juntá-los. No entanto, embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana. E agora, ou pelo menos, nos últimos 10 anos, uma outra utilidade vem sendo agregada à música: em tratamentos na área da saúde, por exemplo. A Musicoterapia é a utilização da música e/ou de seus elementos – som, ritmo, melodia e harmonia – por um musicoterapeuta qualificado, com graduação ou pós-graduação. Esse profissional utiliza a terapia à base da música com um determinado cliente ou grupo, em um processo para facilitar e promover a comunicação, a relação, a aprendizagem, a mobilização, a expressão, a organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. Em outras palavras, a Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções do indivíduo, para que ele possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento. É exatamente isso que acontece no Centro Integrado de Reabilitação – CEIR, que atende pacientes com algum tipo de deficiência no Estado. Leia mais na B/3 Qualquer estilo pode ser ‘bom’ Cont. da capa/Não importa o estilo. Desde forró à música clássica, qualquer ritmo pode ser usado para ajudar pessoas com a música. Quem vai definir isso é a afinidade musical que cada um tem Simone Rodrigues e Flávio Moura Editoria Theresina Nydia contou ainda que não existe um padrão a ser seguido pela Musicoterapia, mas que tudo vai depender do paciente. Segundo ela, não se pode afirmar que o forró ou a música clássica, por exemplo, são melhores estilos musicais ou dão melhores resultados na terapia. “Não existe um receituário na Musicoterapia. O profissional, por exemplo, não pode ter um estilo musical preferido. Todos os gostos devem ser trabalhados pelo profissional”, disse. O andamento da Musicoterapia se desenvolve de acordo com vários métodos. Alguns são receptivos, ou seja, quando o musicoterapeuta toca uma determinada música ou emite um som para o paciente. Nesse tipo de sessão, os pacientes são aqueles com grandes dificuldades motoras ou, em apenas uma parte do tratamento, com objetivos específicos. No entanto, na maior parte dos casos, a Musicoterapia é ativa: quando o próprio paciente exerce alguma função, toca algum instrumento, canta, realiza outras atividades, tudo, é claro, acompanhado pelo profissional. Em todos os métodos, a Musicoterapia faz com que o paciente consiga desenvolver alguma função física ou psicológica, a qual ele estava impossibilitado de fazer, por causa de alguma doença, por exemplo. Cérebro de quem gosta de música é diferenciado Inúmeros estudos já mostraram que o cérebro dos músicos, ou daqueles que se envolvem diretamente com a música, é diferente. O cérebro dessas pessoas possui uma representação sensorial aumentada nos dedos, além de mais fibras, ligando os dois hemisférios, bem como maior capacidade de discriminação de sons. A auto-estima, como não poderia deixar de ser, também é normalmente aumentada, além de sensação de bem-estar e de saúde. De acordo com a maioria dos músicos, aquilo que se ouve é tão importante quanto aquilo que se come, por exemplo. Cardiologistas recomendam que seus pacientes evitem gorduras e comam carnes brancas, verduras, legumes, fibras e frutas. Da mesma forma, os músicos e as pessoas que se envolvem com música aconselham: é preciso dar importância para o que entra pelos ouvidos. A música mexe com a emoção, o que foi comprovado cientificamente. Quando se ouve uma marcha militar, por exemplo, as pessoas têm vontade de sair

domingo, 24 de maio de 2009

SAÚDE AFINADA

Saúde afinada Hospitais e pesquisadores usam música para acelerar recuperação de pacientes cardíacos JULLIANE SILVEIRA DA REPORTAGEM LOCAL FOLHA DE SÃO PAULO ************************************************************************************* A pianista Beth Ripoli, 57, tocava uma música quando viu seu marido se aproximar. A composição era romântica, ambos choraram, o público se emocionou com a cena. Ele, o empresário Luiz Carlos Franco, 56, andava com dificuldade e arrastava o frasco de soro -estava internado havia alguns dias, recuperando-se de um infarto e da implantação de quatro pontes de safena. Ela tinha resolvido tocar o piano do hospital enquanto acompanhava o marido no pós-operatório. "Eu precisava andar e vi que ela estava tocando, e a música me chamou a atenção. Imagina ter seu tronco aberto, pararem seu coração para operá-lo e depois ele voltar a bater. Fica-se em um estado muito sensível, alguns pacientes entram em depressão. E a música exercita sua sensibilidade do lado positivo", avalia Luiz. Desde então, Beth apresenta recitais no HCor (Hospital do Coração), em São Paulo, para pacientes e acompanhantes, como parte de um projeto que considera a música um dos componentes que ajudam na recuperação de pacientes com problemas cardiovasculares, principalmente em questões emocionais. Silvia Cury Ismael, responsável pelo serviço de psicologia do HCor, observa em seus pacientes que ouvir música durante uma internação ajuda a resgatar questões esquecidas do lado de fora do hospital, o que faz com que se sintam mais motivados a se recuperar. O ambiente, afirma Ismael, se torna mais leve e menos depressivo. Para a ciência, no entanto, a música vai além: os benefícios não são somente emocionais mas também se refletem na redução da pressão arterial e da frequência respiratória e na normalização das taxas de batimentos cardíacos. É o que mostram alguns estudos, como a revisão científica divulgada no mês passado pela Cochrane Collaboration (rede global dedicada a revisão e análise de pesquisas na área da saúde). Foram avaliados 23 estudos com dados de 1.461 pacientes que se submeteram a sessões de música durante a internação após cirurgia ou infarto. A maioria dos trabalhos comprovou que a música ajudou a reduzir pressão sanguínea, ritmo cardíaco, frequência respiratória, ansiedade e dor nos pacientes estudados. Os trabalhos avaliaram a ação de diversas músicas -boa parte com harmonias consonantes e ritmos constantes (como algumas músicas eruditas, baladas e músicas próprias para relaxamento)- em sessões de musicoterapia ou audições de até 30 minutos. "Os estudos não apontaram por quais mecanismos a música ajuda o sistema cardiovascular. No entanto, sabemos que a música diminui a atividade de regiões cerebrais que afetam as respostas emocionais e psicológicas. Isso reduz a liberação de hormônios estressores que podem afetar a frequência cardíaca e a pressão arterial", disse à Folha Joke Bradt, responsável pela revisão científica e diretor-assistente do Centro de Pesquisa em Artes e Qualidade de Vida da Temple University (EUA). Experiências brasileiras Dados preliminares de um estudo que será publicado nos "Arquivos Brasileiros de Cardiologia" também são promissores. A musicoterapeuta Cláudia Regina de Oliveira Zanini, professora da Universidade Federal de Goiás, avaliou o uso da técnica em pacientes hipertensos para sua tese de doutorado. Zanini observou 46 pacientes da liga de hipertensão da universidade durante três meses. Metade deles participou de sessões de audição musical, composição e improvisação vocal, além de exercícios de respiração e relaxamento voltados para a música durante 30 minutos por semana. Ao final do período, a pressão arterial desse grupo havia caído de 150 mmHg por 90 mmHg para 133 mmHg por 80 mmHg. Já o grupo controle não apresentou redução significativa. "O tratamento da hipertensão é de longo prazo, e muitos pacientes não aderem a ele. Entre os que têm pressão alta, somente 50% sabem disso e só 10% têm sucesso porque seguem o tratamento. Eu proponho a musicoterapia como um tratamento não medicamentoso, que seja um coadjuvante", afirma Zanini. Para a cardiologista pediátrica Thamine Hatem, do Real Hospital Português de Beneficência, em Recife, o uso da música ajuda na recuperação mais rápida dos pacientes, pois as reações provocadas no organismo pela música podem diminuir o uso de sedativos e remédios para a dor. "Quanto menor o uso de analgésicos e de sedativos, melhor. Quanto menos tempo a criança passa na UTI, menor é o risco de infecção", diz. Hatem publicou, em 2006, uma pesquisa que avaliou como reagiram 84 crianças de até 14 anos nas primeiras 24 horas após uma cirurgia cardíaca, depois de uma sessão de música erudita. "Dava para ver que, se a criança estava angustiada e chorosa, acalmava-se ao colocar o fone de ouvido; muitas crianças dormiam durante o processo." As crianças ouviram "A Primavera", de Vivaldi, por meia hora e tiveram melhora no ritmo de batimentos cardíacos, na frequência respiratória e na sensação de dor. "Uma frequência cardíaca muito alta aumenta a pressão e o risco de sangramento. Já a frequência respiratória elevada significa desconforto ou problema pulmonar -se é controlada, mostra que era causada mais por um desconforto", explica. A aposentada Eunice da Silva Ferreira, 52, também sentiu os benefícios do uso da música após a cirurgia para colocar duas pontes mamárias no INC (Instituto Nacional de Cardiologia), no Rio de Janeiro. Foram instaladas caixas de som ao lado dos leitos, que transmitem música erudita, sons da natureza e canções próprias para relaxamento durante todo o dia, das 8h às 22h. "O ambiente hospitalar é frio, há pessoas sedadas. Eu tenho uma doença sem cura, e a música me ajudava a me desligar um pouco da realidade. O uso da música deu tão certo que nós pedíamos aos funcionários que colocassem sempre", diz Eunice, que acompanhou a implantação das caixas de som na UTI do instituto. De acordo com o INC, um ano após a instalação de caixas de som na UTI, houve uma redução de 40% no consumo de tranquilizantes e sedativos. Os pacientes podem até pedir aos funcionários que desliguem o som, mas, dizem os médicos, ninguém nunca o fez. "A UTI tem muito barulho, luz acessa, aparelhos. O paciente está ansioso com o que vai acontecer e isso gera um estresse grande. As diretrizes [orientações das sociedades médicas] indicam ansiolíticos aos pacientes; muitos não conseguem dormir à noite, a ansiedade aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial", diz o cardiologista Marco Antonio de Mattos, diretor do INC. Escolhas musicais Na maioria dos estudos, as músicas utilizadas têm ritmos constantes, harmonias consonantes e são mais calmas, características que ajudam o paciente a relaxar. "Não é qualquer música clássica que produz relaxamento. É preciso pensar em músicas mais calmas, com menor número de batimentos por minutos e que sejam bem harmônicas e agradáveis", aconselha o neurocientista Felipe Viegas Rodrigues, pesquisador do Laboratório de Neurociência e Comportamento da USP. No entanto, fatores culturais e o gosto pessoal também devem ser levados em consideração na hora de utilizar a música como componente na recuperação do paciente. "É preciso curtir a música, usufruir dela e de seus efeitos benéficos", sugere o neurologista Mauro Muszkat, coordenador do In Music, grupo multidisciplinar da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) que estuda a ação da música no organismo. Não é possível, no entanto, determinar por quanto tempo o paciente deve ouvir música e quais seriam os tipos mais indicados. Muszkat resume: "Não dá para dizer o tempo adequado para cada indivíduo. De maneira didática, ouvir mais músicas, com graus diferentes de complexidade, um repertório variado, facilita ao organismo processar esses sons de formas mais variadas e mais amplas, inclusive com benefícios no sistema cardiovascular."

APRENDER MÚSICA TRANSFORMA O CÉREBRO

Vários estudos já mostraram que o cérebro dos músicos é diferente: possui uma representação sensorial aumentada dos dedos, mais fibras ligando os dois hemisférios, maior capacidade de discriminação de sons. Mas permanece uma questão: o cérebro fica assim por causa do treinamento musical, ou será que são justamente as pessoas com essas características que têm mais chances de perseverar no treinamento e se tornarem musicistas? Esta é a pergunta que Krista Hyde, da instituição canadense McGill University, e colaboradores queriam responder em um trabalho feito com crianças que, a partir dos 6 anos de idade, começaram a ter aulas semanais de piano – ou apenas tinham aula de educação musical na escola, sem aprender um instrumento. Testes comportamentais e exames de imagem do cérebro foram realizados antes do aprendizado e quinze meses depois: haveria mudanças no cérebro das que aprendiam a tocar piano que as demais crianças não mostrariam? A resposta foi claramente positiva: em comparação com o grupo controle, as crianças que aprendiam a tocar piano tiveram um aumento significativo do tamanho do córtex motor, do córtex auditivo e do corpo caloso na região, que reune as fibras que conectam os dois hemisférios (necessárias, por exemplo, para que as duas mãos sejam comandadas de maneira coordenada). Ao mesmo tempo, os aprendizes de piano já demonstravam melhor performance nos testes de habilidades motoras e de discriminação de melodias e ritmos do que as crianças do outro grupo. O aprendizado de piano também causou um aumento inesperado do tamanho do córtex na região do cingulado posterior, uma área de integração entre informação visual e o sistema límbico, que participa do aprendizado da leitura da notação musical e permite que se associe a música a emoções. Essa mudança talvez facilite a criação de vínculos do instrumentista com a música, fazendo a experiência de tocar prazerosa e recompensadora. Se a música também modifica outras estruturas ou habilidades cerebrais menos diretamente relacionadas a tocar o instrumento, como o raciocínio lógico e espacial? Isso ainda não se pode responder. Mas, por enquanto, fica a demonstração clara de que aprender a tocar piano modifica, sim, o cérebro. Se for de fato apenas uma questão de prática, e não de genética... quantos futuros concertistas não teremos por aí, nas escolas, à espera apenas de uma oportunidade para colocar seus dedinhos – e seu cérebro – no piano? (LSBP e SHH, abril de 2009) Fonte: Hyde KL, Lerch J, Norton A, Fogeard M, Winner E, Evans AC, Schlaug G (2009). Musical training shapes structural brain development. J Neurosci 29, 3019-3025.

sábado, 9 de maio de 2009

CÉREBROS SINCRONIZADOS

©ERIC LIMON /SHUTTERSTOCK Quando dois músicos tocam junto a mesma música, não são apenas seus instrumentos que se sincronizam, suas ondas cerebrais também, segundo estudo publicado na revista BMC Neuroscience. Pesquisadores da Universidade de Berlim usaram a eletroencefalografia (EEG) para registrar a atividade cerebral de oito duplas de guitarristas. Cada uma delas tocou simultaneamente uma melodia curta de jazz fusion cerca de 60 vezes enquanto seus cérebros eram monitorados. As semelhanças entre as fases das ondas cerebrais, tanto no indivíduo como entre eles aumentou significativamente em dois momentos: quando ouviam as batidas do metrônomo – aparelho que mede o tempo musical – e depois quando tocavam guitarra (veja o vídeo do experimento http://tinyurl.com/daopbn). As regiões frontal e central do cérebro envolvidas no processamento da música mostraram sincronização mais intensa, como os pesquisadores esperavam. A surpresa foi observar o mesmo efeito nas regiões temporal e parietal em pelo menos metade dos pares. Os autores acreditam que essas áreas tenham alguma participação, ainda desconhecida, na coordenação da ação entre indivíduos ou na apreciação da música. “Nossos resultados mostram que ações coordenadas entre instrumentistas são precedidas e acompanhadas por acoplamentos oscilatórios entre cérebros”, diz Ulman Lindenberg, um dos autores do artigo. Embora vários estudos já tenham investigado os efeitos de melodias no cérebro de músicos, este é a primeira vez que eles são estudados em ação coordenada. www.mentecerebro.com.br © Duetto Editorial. Todos os direitos reservados.

MUSICOTERAPIA CONTRA SINTOMAS DE DEPRESSÃO

© EDYTA PAWLOWSKA/SHUTTERSTOCK MUSICOTERAPIA foi mais eficaz na redução dos sintomas de depressão que psicoterapia convencional A musicoterapia pode reduzir os sintomas da depressão, segundo revisão sistemática publicada pela Biblioteca Cochrane, organização mundial dedicada ao estudo da eficácia de intervenções terapêuticas. Os pesquisadores analisaram cinco estudos que avaliaram o uso da música no tratamento de pessoas deprimidas, dos quais quatro mostraram que o método foi mais eficaz que outras técnicas psicoterápicas que não usam recursos musicais. “Embora a evidência tenha origem em estudos de pequeno porte, ela sugere que essa é uma área que merece mais investigação”, diz a arteterapeuta britânica Anna Maratos, coordenadora da pesquisa. O interesse pela música como recurso terapêutico não é novo, mas tem crescido nos últimos anos devido a inúmeras experiências que mostram a influência benéfica da combinação de ritmos, melodias e harmonias em uma série de transtornos psíquicos. Alguns bons exemplos estão no livro mais recente do neurologista britânico Oliver Sacks, Alucinações musicais, publicado no Brasil pela Companhia das Letras. Diferenças na resposta aos medicamento O efeito das drogas antidepressivas costuma variar de pessoa para pessoa. De fato, em alguns pacientes, elas podem não surtir efeito algum. Incompreendida por muitos anos, a razão dessa variabilidade começa agora a ser decifrada pela genética. Estudo publicado pela revista Neuron demonstrou que 11 variantes do gene que codifica uma proteína transportadora no cérebro são responsáveis pela menor eficácia de medicamentos como o citalopram (vendido no Brasil como Celexa, Cipramil e Cipran, entre outros) e venlafaxina (Alenthus, Efexor, Venlaxin etc.). Segundo os autores, os resultados ressaltam a necessidade da prescrição personalizada de drogas para depressão de acordo com o perfil genético do paciente. “Assim evitaríamos que um paciente tome um remédio que certamente não fará efeito, o que, além de frustrante, é um desperdício”, afirma Manfred Uhr, coordenador do estudo. www.mentecerebro.com.br

sábado, 25 de abril de 2009

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MUSICOTERAPIA -PR

EM SETEMBRO SERÁ REALIZADO MAIS UM SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MUSICOTERAPIA QUE ESTE ANO ACONTECERÁ EM CURITIBA - PARANÁ. SERÁ DO DIA 4/09 A 8/09 E SEMPRE ACONTECEM CURSOS, SEMINÁRIOS, PALESTRAS, DEBATES E O MAIS IMPORTANTE, CONTATOS ENTRE NÓS MUSICOTERAPEUTAS DE TODO O BRASIL E TAMBEM DE OUTROS PAÍSES. O PIAUÍ SERÁ REPRESENTADO PELA AMT-PI E ALGUNS DE SEUS MEMBROS E EU (NYDIA) TEREI A OPORTUNIDADE DE APRESENTAR 2 SEMINÁRIOS COM OS MEUS MAIS RECENTES ESTUDOS: "APLICAÇÕES DA MUSICOTERAPIA EM REABILITAÇÃO FÍSICA NA ATUALIDADE"
"O CÉREBRO DO MÚSICO COMO REFERENCIAL NA APLICAÇÃO MUSICOTERÁPICA NO SÉC-XXI"
(BASEADO NAS MAIS RECENTES PESQUISAS NEUROCIENTÍFICAS MUNDIAIS SOBRE O CÉREBRO E A MÚSICA) ALÉM DISSO TAMBEM APRESENTAREMOS EM VÍDEO UM DOCUMENTÁRIO SOBRE A MUSICOTERAPIA NO PIAUÍ: "AMPLIANDO FRONTEIRAS: MUSICOTERAPIA NO PIAUÍ
MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE O SIMPÓSIO: "http://www.musicoterapia.mus.br">

sábado, 7 de março de 2009

MÚSICA PARA CORAÇÃO

MATÉRIA DA REVISTA SAÚDE -FEVEREIRO-2009 Ritmo, melodia e harmonia podem fazer o peito bater mais forte e feliz. Não é só papo de gente romântica, não. É a medicina de ponta que comprova e prescreve esse benefício por KÁTIA STRINGUETO design THIAGO LYRA ilustrações ROBERTO WEIGAND Pode ser a batida pop de Sting, a cadência dos sambas de Cartola, as sinfonias de Mozart ou ainda os tangos com incorporações de jazz de Astor Piazzolla. Não importa. Basta ouvir aquela música preferida para que uma cascata de emoções positivas venha à tona, fazendo a gente reviver dez, cem, mil vezes uma situação prazerosa. Amplificações à parte, o que um estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, acaba de provar e apresentar para a Associação Americana do Coração é que aquelas canções consideradas especiais para um indivíduo têm efeito direto sobre a saúde cardíaca. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores resolveram medir, por meio de ultrassom, o diâmetro dos vasos sanguíneos no braço de dez voluntários saudáveis e não fumantes logo após uma sessão com suas músicas prediletas. Os participantes, no entanto, tiveram de se submeter a um jejum musical durante os 15 dias anteriores à medição, tudo para intensificar o impacto do estímulo sonoro na hora do experimento. No dia D, foi pedido a eles que levassem os hits que mais lhes causavam contentamento — o estilo country, o sertanejo à americana, foi disparado o mais escolhido na experiência. Depois de 30 minutos ao som das canções, os cientistas observaram um aumento de 26% no calibre dos vasos, um resultado bastante expressivo — para ter uma ideia, um vídeo com o mesmo tempo de duração e tiradas bem-humoradas provocaram uma dilatação de 19%. Ainda a título de comparação, audiotapes para induzir ao relaxamento causaram uma distensão de 11%. Já a barulheira do heavy metal deixou os vasos 6% mais estreitos e os voluntários, ansiosos. Mas por que a música cala fundo no coração? “Acreditamos que esse tipo de estímulo provoque a liberação de substâncias protetoras, como o óxido nítrico, que dilata os vasos”, explica a SAÚDE! o cardiologista Michael Miller, um dos autores do estudo. “Além disso, o óxido nítrico reduz a formação de coágulos e o endurecimento das artérias”, conclui o médico, um fã confesso de jazz. Essa molécula benéfica é secretada pelo endotélio, a camada que reveste internamente os vasos. Daí, não é de estranhar que o trabalho também tenha investigado como esse tecido reage às notas sonoras. O aumento do calibre arterial permite que o sangue circule com mais facilidade, o que contribui para abaixar a pressão e levar uma maior quantidade de oxigênio para o corpo todo. “E, quanto maior a oxigenação das células, melhor o funcionamento do cérebro, do coração e do sistema imunológico”, explica o neurologista e maestro Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo. O efeito benéfico da música começa a reverberar primeiro na massa cinzenta para, em seguida, se refletir no coração. “Ela aumenta a produção de endorfina e serotonina, substâncias produzidas no cérebro e responsáveis pela sensação de prazer, faz diminuir a liberação de cortisol, o hormônio do estresse, e, por fim, regula a frequência cardíaca”, diz Muszkat, que também é coordenador do In Music, grupo de cientistas da Unifesp que estuda a ação da música sobre o corpo. Quer ouvir mais uma vantagem de manter o MP3 ligado? No início de 2008, um estudo publicado na importante revista científica inglesa The Lancet revelou que a música contribui para a reabilitação de indivíduos que sofreram derrame. Mas que tipo de som? De novo, o que estivesse ao gosto do freguês. Entre os 60 pacientes acompanhados por dois meses, aqueles que escutaram composições do gênero “minhas preferidas” apresentaram memória verbal e atenção significativamente melhores do que o grupo que era só ouvidos para audiolivros. Outra boa notícia: o tempo exato de audição capaz de manter o coração e a mente em paz está longe de ser uma coisa do outro mundo. “Um estudo do Instituto de Montreal, no Canadá, mostrou que a exposição constante ao estímulo, por pelo menos duas horas diárias, já produz benefícios para a saúde em três ou quatro dias”, revela Muszkat. O pesquisador americano Michael Miller é mais contido na prescrição da dosagem. “De 20 minutos a meia hora de música agradável, várias vezes por semana, já é uma boa pedida”, recomenda. Mas por que a música cala fundo no coração? “Acreditamos que esse tipo de estímulo provoque a liberação de substâncias protetoras, como o óxido nítrico, que dilata os vasos”, explica a SAÚDE! o cardiologista Michael Miller, um dos autores do estudo. “Além disso, o óxido nítrico reduz a formação de coágulos e o endurecimento das artérias”, conclui o médico, um fã confesso de jazz. Essa molécula benéfica é secretada pelo endotélio, a camada que reveste internamente os vasos. Daí, não é de estranhar que o trabalho também tenha investigado como esse tecido reage às notas sonoras. O aumento do calibre arterial permite que o sangue circule com mais facilidade, o que contribui para abaixar a pressão e levar uma maior quantidade de oxigênio para o corpo todo. “E, quanto maior a oxigenação das células, melhor o funcionamento do cérebro, do coração e do sistema imunológico”, explica o neurologista e maestro Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo. “De 20 minutos a meia hora de música agradável, várias vezes por semana, já é uma boa pedida”, recomenda. * Organize suas atividades de acordo com o ritmo do corpo * Dançar melhora saúde e combate o estresse Complementos * Qual relaxa mais? * Como tocar a emoção certa Extras * Utilizando os conhecimentos de um musicoterapeuta em um projeto de prevenção , com certeza os efeitos serão muito mais eficazes. Bastaria algumas orientações e práticas. Os corações de todos seriam muito mais beneficiados.(comentários Nydia do Rego Monteiro -Musicoterapeuta da AMT-PI) * Organize suas atividades de acordo com o ritmo do corpo * Dançar melhora saúde e combate o estresse Complementos * Qual relaxa mais? * Como tocar a emoção certa Extras * Teste seus conhecimentos sobre musicoterapia

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

DICAS PARA MAMÃES E BEBÊS

O Quarto Trimestre que Falta na Gestação A teoria do Dr. Karp baseia-se no fato de que os recém-nascidos humanos não são como os de outros mamíferos, que já são capazes de caminhar e correr no primeiro dia de vida. Nossos RN's são "imaturos", mais parecidos com fetos que com bebês mais velhos, já que passam a maior parte do tempo dormindo e alimentando-se. Os RN's humanos seriam imaturos porque nossa sobrevivência depende de cérebros grandes, então eles são "expulsos" do útero antes de estarem completamente prontos, porque a cabeça de um bebê de 3 meses de idade não passaria no canal de parto. Nos primeiros 3 meses de vida, o bebê é tão imaturo que realmente seria benéfico a ele que voltasse para o útero sempre que a vida aqui fora estivesse difícil. Como não somos cangurus, o que podemos fazer é tornar o ambiente extra-útero o mais parecido possível com o intra-uterino. Como é lá no útero ? O bebê no útero fica apertadinho, na posição fetal, envolvido por uma parede uterina morninha, sendo balançado para frente e para trás a maior parte do tempo. Ele também estava ouvindo constantemente um barulho "shhhh shhhh", mais alto que o de um aspirador de pó (o coração e os intestinos da mãe). A reprodução das condições do ambiente uterino leva a uma resposta neurológica profunda "o reflexo calmante". Da mesma forma que o martelinho no joelho só leva ao reflexo de levantar a perna se o médico bater no local específico, os métodos para acalmar o bebê só funcionam se forem feitos da forma correta. Quando aplicados corretamente, os sons e sensações do útero têm um efeito tão poderoso que podem relaxar um bebê no meio de uma crise de choro. 10 Maneiras de Reproduzir o Ambiente Uterino 1. Segurar o bebê 2. Dançar com o bebê 3. Embalar o bebê 4. Embrulhar o bebê bem apertadinho 5. Ligar um barulho contínuo (shh shh) ou cantar 6. Passear no carro 7. Caminhar com o bebê 8. Amamentar 9. Dar ao bebê algo para sugar 10. Colocar o bebê num balanço Os 5 S para Acalmar um Bebê até 3 Meses Os 5 métodos para acalmar um bebê até 3 meses de idade são extremamente eficazes SOMENTE quando executados corretamente. Sem a técnica correta e o vigor necessário, não adiantam em nada. 1. Swaddling (embrulhar o bebê apertadinho) A pele é o maior órgão do corpo humano e o toque é o mais calmante dos cinco sentidos. Embrulhadinho, o bebê recebe um carinho suave. Bebês alimentados mas nunca tocados freqüentemente adoecem e morrem. Estar embrulhadinho não é tão bom quanto estar no colo da mãe, mas é um ótimo substituto para quando a mãe não está por perto. Bebês podem ser embrulhados assim que nascem. Apertadinhos, de forma que não mexam os braços. Eles se sentem confortáveis, "de volta ao útero". Bebês mais agitados precisam mais de ser embrulhados, outros são tão calmos que não precisam. Se o bebê tem dificuldade para pegar no sono, pode ser embrulhado apertadinho, não é seguro colocar um bebê para dormir com um cueiro solto. Não permita que o cueiro encoste no rosto do bebê. Se estiver encostando, o bebê vai virar o rosto procurando o peito, ao invés de relaxar. Todos os bebês precisam de tempo para espreguiçar, tomar banho, ganhar uma massagem. 12-20 horas por dia embrulhadinho não é muito para um bebê que passava 24 horas por dia apertadinho no útero. Depois de 1 ou 2 meses, você pode reduzir o tempo, principalmente com bebês tranqüilos e calmos 2. Side/Stomach (posição de lado) "Quanto mais nervoso seu bebê estiver, pior ele fica quando colocado sobre as costas. Antes de nascer, seu bebê nunca ficou deitado de costas. Ele passava a maior parte do tempo na posição fetal: cabeça para baixo, coluna encolhida, joelhos contra a barriga. Até adultos, quando em perigo, inconscientemente escolhem esta posição. Segurar o bebê de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto ajuda a acalmá-lo (a cabeça fica na mão do adulto, o bumbum encostado na dobra do cotovelo do adulto, com braços e pernas livres, pendurados). Carregar o bebê num sling, com a coluna curvada, encolhidinho e virado de lado, tem o mesmo efeito. Em muitas culturas os bebês passam 24 horas por dia pendurados às mães (em algumas dessas culturas não há sequer uma palavra para designar "cólica do recém-nascido). Atualmente especialistas são unânimes em dizer que bebês NÃO DEVEM SER POSTOS PARA DORMIR DE BRUÇOS, pelo risco de morte súbita. O bebê não sente falta de ficar de cabeça para baixo, como no útero, porque na verdade o útero é cheio de fluido e o bebê flutua, como se não tivesse peso algum. Do lado de fora, sem poder flutuar, virado de cabeça para baixo, a pressão do sangue na cabeça é desconfortável." 3. Shhhh Shhhh - O som favorito do bebê "O som "shhh shhh" é parte de quem somos, tanto que até adultos acham o som das ondas do mar relaxante. Para bebês novinhos, "shhh" é o som do silêncio. Ele estava acostumado a ouvir tal som 24 horas por dia, tão alto quanto um aspirador de pó. Imagine o choque de um bebê acostumado a tal som chegando a um mundo onde as pessoas cochicham e caminham na ponta dos pés, tentando fazer silêncio ! Coloque sua boca 10-20 cm de distância dos ouvidos do bebê e faça "shhh", "shhh". Aumente o volume do "shh" até ficar tão alto quanto o choro do bebê. Pode parecer rude tentar "calar" um bebê choroso fazendo "shh", mas para o bebê, é o som do que lhe é familiar. Na primeira vez fazendo "shhh", seu bebê deve calar pós uns 2 minutos. Com a prática, você será capaz de acalmar o bebê em poucos segundos. É ótimo ensinar isso aos irmãos mais velhos, que adorarão poder ajudar e acalmar o bebê. Para substituir o "shhh", pode-se ligar: - secador de cabelos ou aspirador de pó - som de ventilador ou exaustor - som de água corrente - um CD com som de ondas do mar - um brinquedo que tenha sons de batimentos cardíacos - rádio fora de estação ou babá eletrônica fora de sintonia - secadora de roupas ligada com uma bola de tênis dentro - máquina de lavar louças O barulho do carro ligado também acalma a criança. 4. Swinging - Balançar "A vida era tão rica no útero. Rica em sons e barulhos. Mas a maior parte era movimento. Movimento contínuo. Quando a mãe senta, levanta, caminha e vira o corpo - movimento, movimento, movimento." (Frederick Leboyer, Loving Hands) Quando pensamos nos 5 sentidos - visão, audição, tato, paladar e olfato - geralmente esquecemos o sexto sentido. Não é intuição, mas a sensação de movimento no espaço. Movimento rítmico ou balanço é uma forma poderosa de acalmar bebês (e adultos). Quem não se lembra de adormecer quase de forma hipnótica como movimento de uma rede ou de um trem ? Por que tais movimentos trazem um relaxamento tão profundo ? Porque o balanço imita o movimento que o bebê sentia no útero materno e ativa as sensações de "movimento" dentro dos ouvidos, que por sua vez ativam o reflexo de acalmar. Como balançar ? 1. Carregando o bebê num "sling" ou canguru; 2. Dançando (movimentos de cima para baixo); 3. Colocando o bebê num balanço; 4. Dando tapinhas rítmicos no bumbum ou nas costas; 5. Colocando o bebê na rede; 6. Balançando numa cadeira de balanço; 7. Passeando de carro; 8. Colocando o bebê em cadeirinhas vibratórias (próprias para isso); 9. Sentando com o bebê numa bola inflável de ginástica e balançando de cima para baixo com ele no colo; 10. Caminhando bem rapidamente com o bebê no colo. A diferença entre balançar e sacudir "O ato de sacudir podendo causar a síndrome do bebê sacudido (shaken baby syndrome) é tão violento que pessoas observando a situação podem reconhecer como perigoso e capaz de matar a criança" (Academia Americana de Pediatria, Julho 2001) Quando balançar o bebê, seus movimentos devem rápidos mas curtos. A cabeça do bebê não fica sacudindo freneticamente. A cabeça move no máximo 2-5 cm de um lado para o outro. A cabeça está sempre alinhada com o corpo e não há perigo de o corpo mover-se numa direção e cabeça abruptamente ir na direção oposta. COLABORAÇÃO MUSICOTERAPEUTA OLGA MARQUES COM EXPERIÊNCIA COM MAMÃES CANGURUS -MATERNIDADE EVANGELINA ROSA - PI E MONOGRAFIA COM ESTE TEMA. CONTATO:olgammarques@bol.com.br / olga.music@hotmail.com tels:(86)3212-2844 /3215-3936 Atendimento em domicílio , clínica, associações e outros.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Canções dos Beatles comprovam influência da música na formação mnêmica

I wanna hold your hand CAPA DO DISCO ABBEY ROAD/DIVULGAÇÃO Voluntários revelam lembranças carregadas de emoção ao ouvir o quarteto de Liverpool Um banco de memórias foi concluído sobre um dos fenômenos musicais mais impressionantes de todos os tempos: os Beatles. Os responsáveis pelo projeto são pesquisadores da Universidade de Leeds, Reino Unido. Eles queriam estudar o papel das canções do quarteto de Liverpool na história individual de pessoas dos quatro cantos do mundo. Mais de três mil voluntários de 69 nacionalidades e com idades entre 17 e 87 anos relataram suas recordações no site do projeto Magical Memory Tour (www.magicalmemorytour.com). Os resultados preliminares mostram que a maioria delas está ligada à juventude, independentemente de esse período ter ou não coincidido com o auge da banda nos anos 60. As músicas mais lembradas variaram em alguns países: no Reino Unido, a campeã foi “She loves you”; nos Estados Unidos, “I wanna hold your hand”; e na Austrália, “A hard day’s night”. Os pesquisadores ficaram impressionados com o grau de detalhe dos relatos de quem era jovem quando os Beatles lideravam as paradas de sucesso. Eles imaginavam ainda que as mulheres teriam lembranças mais carregadas de emoção que os homens, o que não se confirmou. Os resultados mais detalhados da pesquisa, que serão publicados em alguns meses, vão analisar mais a fundo a influência da música – e das emoções que ela deflagra – na formação de memórias.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

ASSOCIAÇÃO DE MUSICOTERAPIA DO PIAUÍ - AMT-PI

PELO PRÓPRIO CRESCIMENTO DA MUSICOTERAPIA EM NOSSO ESTADO E PELA EXPANSÃO EM NÚMERO DE ATENDIMENTOS E BUSCA POR ESTA TERAPIA FINALMENTE CRIAMOS A ASSOCIAÇÃO DE MUSICOTERAPIA DO PIAUÍ. PARA SERVIR E PRESTAR UM SERVIÇO DE QUALIDADE PASSAMOS A EXISTIR COMO ENTIDADE PÚBLICA NO PIAUÍ. MAIS INFORMAÇÕES:wwwassociacaodemusicoterapiadopiaui.blogspot.com

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PESQUISAS: MÚSICA E CÉREBRO

Assessoria de Imprensa da FMRP Durante seis meses, os pesquisadores analisaram as reações do cérebro, as condições da laringe e o poder de acústica da voz dos dois grupos de pessoas Testes realizados no Laboratório de Neurofisiologia Clínica do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP) evidenciaram o poder da música sobre a atividade elétrica cerebral e também sobre o aumento do potencial da voz . O trabalho foi realizado comparando nove cantores líricos a outras nove pessoas não cantoras e envolveu especialistas dos Setores de Neurologia (Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica) e de Otorrinolaringologia (Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia da Cabeça Pescoço) da FMRP e do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da USP de São Carlos (EESC). Durante seis meses, os pesquisadores analisaram as reações do cérebro, as condições da laringe e o poder de acústica da voz dos dois grupos de pessoas, utilizando técnicas e equipamentos como Eletroencefalograma (EEG), para o mapeamento cerebral, e um analisador acústico digital especialmente desenvolvido pelo professor José Carlos Pereira, da EESC. As análises das condições da laringe ficaram sob a responsabilidade do professor Marcos Grellet, da Otorrinolaringologia. Segundo a pesquisadora Paula Viana, responsável pela parte neurológica do trabalho, esta é a primeira vez que é feito um estudo simultâneo de mapeamento cerebral e de acústica da voz. "Os resultados mostram, por exemplo, uma correlação positiva entre maior atividade cerebral, no caso dos cantores, e o aumento do potencial da voz". O teste com os cantores foi realizado envolvendo a vogal A, cantada e falada. As pesquisas devem continuar utilizando outras vogais. A análise do EEG dos cantores líricos, enquanto cantavam, mostrou ativação da região frontal esquerda. Segundo Paula, esta área do cérebro está relacionada com processos de verbalização, atenção voluntária e emoções positivas, como alegria e prazer. Também foi observada a ativação da região temporal direita que é relacionada à cognição musical. Paula informa que estas atividades cerebrais não foram observadas nos cantores em condição de repouso. No grupo de não cantores também foi observada ativação de região temporal direita, enquanto as pessoas ouviam música clássica. "O fato demonstra que a percepção musical também leva à modificação da atividade elétrica cerebral em não cantores, reforçando a hipótese de uma habilidade musical latente no cérebro humano". Os cérebros dos cantores não foram ativados ao ouvir música clássica, mas somente quando interpretavam a música. Paula acredita que isso seja devido a um efeito de habituação dos cantores, que necessitam, portanto, de maior estímulo. Outro fato curioso observado nos exames dos cantores foi a correlação positiva entre o aumento do potencial de voz com a maior amplitude do ritmo alfa (atividade cerebral de área posterior do cérebro, relacionada com repouso e vigília). Musicalização e linguagem Os resultados também mostraram forte ligação entre a musicalização e a linguagem . A pesquisadora comenta que foi observada ativação de áreas relacionadas à linguagem. Este fato sugere que a estimulação musical precoce possa levar a um melhor domínio da linguagem verbal. "Se a criança for estimulada desde cedo com a música, ela deve desenvolver partes do cérebro, inclusive em tamanho, mais do que outras", justifica Paula. Vários estudos têm demonstrado os efeitos do treinamento musical não só na habilidade verbal, mas também em outros domínios como matemática, raciocínio espacial, coordenação motora e sensibilidade. Pesquisadores americanos observaram que a estimulação musical precoce (antes dos sete anos de idade) pode levar a um maior desenvolvimento tanto anatômico (aumento de tamanho) como funcional (maior atividade dos neurônios) de algumas áreas do cérebro.

sábado, 24 de janeiro de 2009

MUSICOTERAPIA COM GESTANTES

A partir da 16ª semana de gestação a audição já está desenvolvida e aproveitando estes momentos devemos orientar as mães quanto ao auto- controle de respiração , momentos de relaxamento durante o dia e noite com a audição de músicas escolhidas para relaxamento, fortalecimento emocional da mãe e bebê ,sentimento de segurança trabalhado e até mesmo a escolha e uso do repertório do bebê que será utilizado e imediatamente reconhecido pelo bebê ao nascer. A voz da mamãe , pai e outros entes familiares tambem podem e devem ser utilizados. O canto com a voz da mamãe só potencializa todo o efeito positivo que a música pode trazer no desenvolvimento global do bebê. A orientação especializada do musicoterapeuta , profissional qualificado , pode fazer toda a diferença. Aqui no Piauí temos 14 profissionais capacitados é só consultar neste mesmo blog os contatos. Estamos à disposição!!!