sexta-feira, 22 de novembro de 2013

E VIVA A MÚSICA !!!

                                                                         foto cheiro do alecrim


                            MÚSICA: O QUE REPRESENTA EM SUA VIDA?
                                                 Mt Nydia do Rego Monteiro

         Perguntei a pacientes e algumas mães de pacientes o papel que a MÚSICA representava na vida deles e as frases significativas que ouvi foram estas:
      -   traz o meu bem estar .”(este sofreu um traumatismo craniano em um acidente de moto e ficou paraplégico.)
     -   É o ar que eu respiro.”(este era funcionário público e músico amador. Ficou tetraplégico ao cair de uma árvore e mal conseguia respirar. Hoje canta com toda a alma e consegue se acompanhar em um teclado dando shows.)
     -   “Cada dia descubro novas possibilidades na música.”( Mais um que ficou hemiplégico sem movimento também em uma das mãos e pernas, causado por acidente de moto.)
       -  “É paz, amor. É descoberta para minha filha todos os dias.” (Mãe de uma criança mal formada dos membros superiores e inferiores que mesmo sem braços tem conseguido se superar, surpreendendo e toca todos os instrumentos musicais que lhe são oferecidos. Iniciou musicoterapia ainda  bebê.)
      -   “É inspiração.” Mãe de criança que nasceu com surdez e ao fazer implante coclear com 1 ano também iniciou atendimento no setor de musicoterapia. Hoje ouve todos os sons e se “inspira” com músicas ...
     -    É sensibilidade ...” Mãe de criança com paralisia cerebral em tratamento no setor de musicoterapia do centro de reabilitação que também tinha uma grande dificuldade de ter prazer, bom humor e se relacionar.

         A ciência comprova que a música e elementos sonoros (som, ritmo, melodia, harmonia, vibração e outros) estimula quase todas as áreas do cérebro como: córtex auditivo, motor, sensorial, pré-frontal, visual, corpo caloso, cerebelo, gângios basais, núcleo accumbens, amigdala, hipotálamo. Provoca interferência no funcionamento fisiológico de nosso organismo como : respiração, frequência cardíaca, dor, prazer, entre outros. Tudo isso tem sido muito estudado e comprovado. Nós, seres humanos, em nosso dia a dia, sentimos, sabemos e utilizamos intuitivamente  a “Música” em toda a sua plenitude com o o seu poder holístico em nossas vidas até mesmo antes de darmos à luz a nossos filhos
         E por estas respostas tão lindas e que se complementam dadas por pessoas que em momentos difíceis de suas vidas utilizam também a MÚSICA  de forma terapêutica com a ajuda de um profissional capacitado, o MUSICOTERAPEUTA, realmente comprovamos o quanto a música é completa e atua no SER HUMANO. Levando-o também a atingir uma melhor qualidade de vida a atingir objetivos terapêuticos pré-estabelecidos, plenamente.

         Isso só vem comprovar o que todos nós sabemos: A MÚSICA É UM GRANDE ALIADO E PODE SER UM FATOR DE EQUILÍBRIO E CRESCIMENTO NA VIDA DO SER HUMANO.
      E VIVA A MÚSICA  ! Todos os dias de nossas vidas ...
                                            


                                               


                                               



          

sábado, 16 de novembro de 2013

AUTISMO, HIPERSENSIBILIDADE AOS SONS E A MUSICOTERAPIA NESTA INTERMEDIAÇÃO




                  * Mt Nydia do Rego Monteiro



         Estudos da Universidade de Montreal (ZILBOVICIUS, 2004), revelam que nos autistas as mesmas regiões cerebrais são ativadas, tanto para vozes humanas e outros sons. Há um atraso médio de 11 milissegundos no processamento do som e da linguagem  no cérebro desta clientela. (ROBERTS, 2010) Vários estudos também já comprovaram que a conexão entre os neurônios desta clientela pode vir acompanhada de ruído ou barulho, como a estática de um rádio. A Musicoterapia como trabalha científicamente com  elementos sonoros só vem a somar no tratamento com esta clientela, conseguindo excelentes resultados. Inclusive devendo estar presente, o mais precocemente em um tratamento especializado com estas crianças que precisam ter sua adequação da escuta,  processamento sonoro do meio em que vivem para melhorar a interação e comunicação. “Sons ou estímulos visuais que são tolerados por crianças normais pode causar confusão, dor e medo em algumas crianças autistas... se o seu filho coloca frequentemente as mãos sobre os ouvidos, este é um indicador de sensibilidade ao ruído. O problema está no cérebro.” (  Dra Temple Grandim- Autista Norte americana conhecida mundialmente )Ainda segundo a Dra Grandin, " Sons não previsíveis, como de alarmes , causam medo e doem os ouvidos. Crianças com menor sensibilidade, às vezes aprendem a tolerar os sons dolorosos quando são treinadas e antecipam o som. Se puderem ser diminuídos os volumes, suavizados, melhor.Segundo GOMES,PEDROSO e WAGNER (2008)  não se conhece a causa da hipersensibilidade auditiva que é a mais comum da anormalidade sensório-perceptual do autista com uma prevalência que varia de 15 a 100%, de acordo com os autores citados acima (& BERNARDES, 2007). Em relação a hipersensibilidade auditiva, utilizando o limiar de desconforto, 63% dos autistas não suportam estímulos acima de 80 dB. Há uma relação direta com o sistema límbico, podendo haver diminuição da hipersensibilidade com a idade ou não. A musicoterapia , com seu profissional qualificado e uma avaliação e testificação bem específica, pode colaborar com esta dessensibilização no atendimento especializado e intervenção cada vez mais precocemente. Conseguindo assim trazer mais qualidade de vida a esta clientela e também facilitar a entrada de outros profissionais a um tratamento multidisciplinar bem sucedido e inclusão social. Entre outros objetivos como ainda a melhora do (a): comportamento, interação, comunicação, desenvolvimento neuropsicológico, entre outros.
      *   Musicoterapeuta – atende também a esta clientela desde 1998 encaminhados por neuropediatras.