quarta-feira, 21 de novembro de 2012



HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA, HIPERACUSIA, FONOFOBIA: O MUSICOTERAPEUTA AVALIANDO, DESSENSIBILIZANDO, RESGATANDO O PRAZER DO MUNDO SONORO PERDIDO. CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE ESTE UNIVERSO AINDA DESCONHECIDO DA MAIORIA DAS PESSOAS...
                             Nydia do Rego Monteiro- 22 de Novembro de 2012-Dia da Música
Alguns indivíduos apresentam uma sensibilidade auditiva excessiva que os tornam intolerantes a certos sons, mesmo em níveis baixos de intensidade. Quando em grau severo, a hipersensibilidade a sons pode ter efeitos devastadores na qualidade de vida do indivíduo. Qualquer atividade diária com um mínimo de exposição sonora pode ser afetada ou até impossibilitada pela hipersensibilidade. Infelizmente, a hipersensibilidade a sons é pouco conhecida e até desvalorizada por grande parte das pessoas e até mesmo dos profissionais da área de saúde e médicos. Não existem dados precisos e atualizados sobre a prevalência de hipersensibilidade a sons na população geral e ainda são poucas as pesquisas sobre sua ocorrência. O estudo separado de cada tipo de hipersensibilidade a sons permitirá uma melhor compreensão do paciente e a adoção de tratamentos específicos. O Médico Otorrino, o Musicoterapeuta e Fonoaudiólogo são os  profissionais mais indicados para estudar, avaliar, detectar na clientela envolvida e buscar tratamentos específicos que auxiliem esta mesma clientela na melhoria da qualidade do atendimento terapêutico e/ou sua interação social. O Musicoterapeuta específicamente, dessensibilizando  e trazendo novamente qualidade de vida aos casos de maior desconforto auditivo. Um grupo de Musicoterapeutas Piauienses tem se reunido para pesquisar a partir de suas práticas clínicas sobre processos de dessensibilização com diferentes clientelas.
HIPERACUSIA
É a tolerância reduzida a sons, mesmo em intensidade moderada. Neste caso o indivíduo apresenta uma reação intensa e anormal das vias auditivas a sons comuns do meio ambiente, como o som de abrir e fechar uma janela, o som de uma torneira aberta, do funcionamento do computador, do tilintar do garfo no prato, por exemplo, devido a uma alteração no processamento auditivo central. Os limiares de audição não diferem dos limiares de indivíduos normais e, ao contrário do que sugere o nome, indivíduos com hiperacusia não ouvem mais que outras pessoas com audição normal. HYPERACUSIS NETWORK (2000) definiu a hiperacusia como um colapso da tolerância da sensação de intensidade. Para estes indivíduos todos os sons produziriam desconforto, uma vez que a intensidade sonora considerada como desconfortável, seria bem abaixo daquela julgada como desconfortável pelos outros. Para alguns deles, a hiperacusia significaria uma audição extremamente sensível, ou melhor do que possuíam anteriormente. JASTREBOFF & JASTREBOFF (2000) definiram a hiperacusia como um aumento da sensibilidade para sons. Relataram que a hiperacusia poderia resultar de mecanismos periféricos e centrais.
*TABELA DE TESTIFICAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE INTOLERÂNCIA AUDITIVA
COMPORTAMENTO
  PONTUAÇÃO      
Nenhum  comportamento
    0
Piscar  os  olhos
   1
Apresentar espasmos nos MMSS
   2
Irritar-se  e resmungar
   3
Colocar as mãos nos ouvidos
   4
Chorar
   5
*3 reações- o impacto na  adaptação a ambientes sociais ou terapias comunitárias como Fisioterapia e Terapia Ocupacional
*NASCIMENTO, Marilena. Musicoterapia e a reabilitação do paciente neurológico-”Modelo de dessensibilização na intervenção musicoterapeutica”-São Paulo: Memnon, 2009.
Ò  Tabela apresentada no livro
Como musicoterapeuta com experiência na área de neurologia e reabilitação  física temos acumulado já alguma experiência em dessensibilização com crianças com hiperacusia , cada vez mais precocemente com bebês e temos descoberto na prática tratamentos diferenciados ,  também com clientelas com zumbido como adultos e outras formas de dessensibilização para os hiperacúsicos surgidos pós-lesão cerebral.(Ainda em estudo)
E as hipersensibilidades associadas a certos sons ou seus significados que durante a Anamnese e Investigação cuidadosa na Ficha Musicoterapêutica que só o profissional Musicoterapeuta realiza é detectado com seu paciente antes de iniciar o tratamento ... Temos trabalhado com clientelas com :

FONOFOBIA
 É o medo da exposição sonora. Citados BASSANELLO,(HALL & MUELLER ,1998)  reação anormal do sistema límbico e autônomo, sem uma ativação dos sistemas, resultando em um aumento de conexões entre o sistema límbico e auditivo. PHILLIPS & CARR (1998) uma desordem central apresentando respostas condicionadas intensas para sons, quando não seria esperado provocar tal reação.               

O Profissional Musicoterapeuta está capacitado para tratar desta clientela por ser da área de saúde e fazer um levantamento áudio-sonoro extremamente aprofundado antes de iniciar tratamento. E ao estabelecer seus objetivos com esta clientela, seus recursos utilizados, técnicas e métodos são extremamente prazerosos, facilitando o estabelecimento mais rápido do vínculo terapêutico, não causar rejeição  e fluir com naturalidade durante as sessões. Pois utiliza-se recursos conhecidos como: canto, instrumentos musicais, tecnologia , gravações, tecnologia, relaxamentos, atividades lúdicas e outros. Cada vez mais o tratamento com a musicoterapia tem conquistado mais clientela e recomendações. E para auxiliar uma equipe multidisciplinar que tenha um paciente hiperacúsico com dificuldade de atendimento nas outras terapias, o profissional musicoterapeuta neste caso então, seria essencial para uma imediata orientação a equipe e dessensibilização a este paciente. Muitos casos de desligamento acontecem por causa destas hipersensibilidades e falta de conhecimento da equipe. E o pior, a falta de um profissional musicoterapeuta na equipe que diagnostique  e  colabore, dessensibilizando.

DICAS
Ò  HYPERACUSIS NETWORK (2000) recomendou como tratamento
da hiperacusia, o aconselhamento. Ressaltou também que os profissionais deveriam ter cuidado com exames que envolveriam o uso
de sons intensos, recomendando que o nível de tolerância aos sons
devesse ser conhecido antes da avaliação audiológica. Alguns cuidados
que o paciente deveria ter na sua rotina diária também foram relatados,
tais como: escolher cuidadosamente o material do travesseiro para que
ele não prejudique o seu sono, materiais ásperos geralmente incomodam
o paciente hiperacúsico; o período da manhã geralmente é mais crítico para estes indivíduos, então aconselha-se a ficar em um ambiente mais calmo; em festas é importante que o paciente chegue mais cedo para que se
acostume com os sons pausadamente; pode-se ajustar o barulho da água
do chuveiro para que não incomode; não entrar na cozinha e sim esperar
que as pessoas acabem de lavar e guardar louças para que os sons
possam ter diminuído; fechar a janela de carro, trem, ônibus em alguns
momentos; nos restaurantes não sentar em locais com muito barulho;
caminhar em parques ao invés de caminhar próximo aos locais de
trânsito; pode-se diminuir o volume do rádio ou da televisão quando for
ligá-los; na escola preferir professores homens devido ao timbre que é
mais suportável pelo paciente hiperacúsico; em locais onde há animais
colocar os tampões auriculares.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A MESTRA DA MUSICOTERAPIA BRASILEIRA LIA REJANE BARCELLOS



Aluna da Primeira Turma de Graduação do Conservatório Brasileiro de Música- RJ- 1972
Musicoterapeuta clínica. Doutora em Música (Musicologia-UNIRIO); Mestre em Musicologia. 
Especialista em Educação Musical. Graduada em Musicoterapia (CBM–CEU) e Piano 
(Academia de Música Lorenzo Fernândez). Formação no Método Bonny de Imagens Guiadas e 
Música – GIM (USA). Coordenadora, professora e supervisora de estágios do Curso de Pósgraduação em Musicoterapia e professora do Curso de Graduação em Musicoterapia (CBM–
CEU). Coordenadora da Clínica Social de Musicoterapia Ronaldo Millecco (CBM-CEU). 
Parecerista e Editora para a América do Sul da Revista Eletrônica Voices (Noruega). Editora da 
Revista “Pesquisa em Música” (CBM-CEU). Autora de livros sobre musicoterapia e trabalhos 
publicados em vários países. Membro do Conselho Diretor da  World Federation of Music 
Therapy e Coordenadora da Comissão de Prática Clínica por dois mandatos. (Foi quando saiu aquela maravilhosa definição Mundial da Musicoterapia democráticamente realizada por todos e até hoje utilizada por nós brasileiros.)  e Presidente da 
Associação de Musicoterapia do Rio de Janeiro (AMT-RJ) por dois mandatos. 
Acrescentaria, muito mais, como, modelo para muitos musicoterapeutas, inclusive para esta aqui. Responsável pela existência da Musicoterapia no estado do Piauí.( E de outros estados.) Porque além de copiarmos este modelo dela dos: "Cursos de "Introdução a Musicoterapia" para divulgarmos e esclarecermos mais sobre o assunto. Prepararmos a futura clientela das especializações e que seriam aqui a clientela madura já respeitada em suas antigas profissões que abriram mercado e produziram material de qualidade científica com a rapidez que precisávamos no nordeste.(E que tem provado que deu certo. E quem sabe, em breve criará a demanda para um curso de Graduação. )Graças a ela e seu apoio fizemos o projeto da Pós-Graduação em Música-Musicoterapia na UFPI com os profs Drs. Berchmans e Odailton Aragão.
-Já iniciaremos a 2ª turma de Especialização em Janeiro- 2012-
No 13º Simpósio Brasileiro de Musicoterapia em Curitiba a nossa querida mestra Lia Rejane demonstra e publica sua Técnica Provocativa Musical.2009 E que eu inclusive a utilizo bastante com minha clientela autista e outros encaminhados por neurologistas. Em trabalho apresentado no ENPEMT de Salvador já  cito a técnica como referência. (Acredito que muitos colegas também.)-2010
No 14º Simpósio Brasileiro de Musicoterapia em Olinda ocorrido agora, semana passada, com trabalhos maravilhosos e  a presença do Musicoterapeuta Alemão Thomas Wosch, mais uma vez, Lia Rejane nos surpreende com sua insuperável capacidade. Foi um dos pontos altos do Simpósio a Palestra da nossa Mestra como resultado de 10 meses de pesquisa  : LEVANTAMENTO SOBRE O ESTADO DA ARTE DA PESQUISA EM MUSICOTERAPIA NO MUNDO.

http://14simposiomt.files.wordpress.com/2012/02/final_-_xiv_simpc3b3sio.pdf
p.387

 O que para qualquer pessoa talvez fosse uma missão impossível para a Musicoterapeuta, pesquisadora, professora e nosso exemplo , não! Ela , nos apresentou como estão as pesquisas em todos os continentes. Mas mais do que isso. Nos demonstrou que mais uma vez nada é impossível quando se é Musicoterapeuta e se assumiu um compromisso e é "Lia Rejane" . E para todos nós, o melhor: temos um exemplo de profissional tão perfeito a ser seguido. Muito obrigada Professora Lia Rejane Barcellos por sua eterna generosidade  ! Seremos sempre gratos !



*Só para citar os dois últimos eventos, mas ela está presente em quase todos os eventos científicos aqui no Brasil e no exterior, apresentando trabalhos, discutindo e sempre atualizada.Nos enchendo de orgulho. E nos instigando a tentar  também !

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

DIA 15 DE SETEMBRO -DIA DO MUSICOTERAPEUTA

DIA 15 DE SETEMBRO- DIA DO MUSICOTERAPEUTA


 O MUSICOTERAPEUTA
Profissão que surgiu após a 2ª guerra mundial, com sua formação acadêmico-científica com grande força no mundo inteiro. No Brasil, o Musicoterapeuta é um profissional qualificado,   com sua formação oficialmente reconhecida pelo Conselho Federal de Educação em 1978 através do parecer 829/78 como curso de graduação. Temos cursos de pós-graduação que exigem também a formação musical prévia, uma graduação em áreas afins reconhecidas pelo MEC, além da carga horária exigida nas áreas de música, musicoterapia e saúde, também a exigência de estágios em diversas áreas da área clínica. 




 Só poderá exercer a profissão registrada no Código Brasileiro de Ocupação- CBO-Ministério do Trabalho com o registro- 2239-15, o profissional Musicoterapeuta que tiver esta formação (graduado e/ou pós-graduado), for registrado em uma Associação de Musicoterapia estadual ou regional que é afiliada a UBAM- União Brasileira das Associações de Musicoterapia. www.musicoterapia.mus.br

 Existem cursos de capacitação para os profisssionais(anuais), Encontros científicos estaduais anuais, Encontros de pesquisa em Musicoterapia (2 em 2 anos), Simpósio Brasileiro de musicoterapia (3 em 3 anos). Além dos congressos  mundiais que acontecem sem interrupção. Muitos, que se dedicam a área acadêmica buscam  a pesquisa contínua e recebem o título de mestres, doutores e pós-doutores contribuindo mais e mais para a expansão da área científica.


QUALIFICADO, REGISTRADO EM UMA ASSOCIAÇÃO VINCULADA A UBAM

NORDESTE
20 anos da Associação da Bahia- ASBAMT-
151 Musicoterapeutas graduados pela UCSAL
 17 Pós- Graduados pela FAMETTIG
PERNAMBUCO
Curso de Pós- graduação na FACHO- Olinda- PE
2 turmas formadas
Responsável- Carmen Lúcia Vasconcelos-
Associação de Musicoterapia do Nordeste-
Musicoterapeutas tambéms formados no RJ, GO,
PR e outros.
(Não temos dados de quantos filiados)
SIMPÓSIO BRASILEIRO SERÁ REALIZADO EM outubro
em Olinda-PE e está sendo organizado por eles.


PIAUÌ
Associação de Musicoterapia do Piauí- AMT-PI
13 Musicoterapeutas piauienses e uma formada 
no CBM-RJ.
Especialização na UFPI- 2ª a iniciar em janeiro-2013
Presidente-Karine Jericó



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MINHA VIDA DE MUSICOTERAPEUTA
Sonhei em ser musicoterapeuta desde os 12 anos de idade ao ter a informação de que existia esta profissão aqui no Brasil. Exatamente com a primeira turma do Conservatório Brasileiro de Música, do Rio de Janeiro, em 1975. Eu morava em Vitória, E.S. e tocava desde os 5 anos de idade, 3 instrumentos: flauta-doce, piano e violoncelo.


O destino quis que eu pudesse fazer o curso e me tornar uma profissional sòmente 20 anos depois. Mas a minha vida inteira me preparei para "ser Musicoterapeuta". Amar o que faço e estar disponível totalmente para os meus pacientes. Estudar, pesquisar, estar sempre buscando novos conhecimentos em benefício do bem estar daquele que eu assumo todos os dias o papel de Musicoterapeuta.

 E é com muito orgulho que vejo e encontro esta mesma vontade entre meus colegas Musicoterapeutas que compartilham esta maravilhosa profissão. Que generosamente trocam  e oferecem conhecimento aos outros colegas quando solicitamos em benefício de nossos pacientes. Mesmo quando não os conhecemos pessoalmente. Muito obrigada ! Neste dia 15 de setembro, escolhido para homenagear os Musicoterapeutas Brasileiros, sinto especial orgulho de pertencer a esta classe tão competente, batalhadora, generosa, estudiosa e ainda pouco conhecida. Viva !!!! PARABÉNS!!!! S
UCESSO !!!! Nossa profissão fez, faz e fará a diferença na vida de muito mais brasileiros. O Brasil merece !




sexta-feira, 1 de junho de 2012

MUSICOTERAPIA & CRIANÇA COM IMPLANTE COCLEAR

MUSICOTERAPIA NA REABILITAÇÃO EM UMA CRIANÇA DE 1 ANO E 11 MESES COM IMPLANTE COCLEAR




RECUPERANDO O ATRASO AUDIOMUSICOVERBAL  DE UMA CRIANÇA QUE NASCEU COM SURDEZ PROFUNDA E TEVE UM IMPLANTE COCLEAR  E A MUSICOTERAPIA COMO ALIADA NO TRATAMENTO PARA AJUDÁ-LA A OUVIR E PROCESSAR OS PRIMEIROS SONS.

sábado, 12 de maio de 2012

PROFISSIONAIS DO CEIR PARTICIPAM DE PALESTRA NA UFPI






Profissionais do Ceir participam de palestra na UFPI
11/05/2012 por Glenda Uchôa

Entender o trabalho desenvolvido pelo setor de musicoterapia e arteterapia 
do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir). Esse foi um dos objetivos da 
palestra realizada na tarde da última quinta-feira (10), para os estudantes
 dos cursos de Música e Artes Visuais da UFPI (Universidade Federal do 
Piauí). A palestra foi ministra pela musicoterapeuta do Ceir, Nydia Rego e
 pela arteterapeuta, Emanoella Sato.
Na ocasião, as profissionais mostraram como acontece o atendimento e,
 também, como é o processo de reabilitação física das pessoas que iniciam
 tratamento no Ceir através das duas terapias: arte e música. Foram 
esclarecidos aspectos como forma de atendimento, orientações para o
paciente, contribuições das terapias e exemplos de pacientes que
 através dos setores de musicoterapia e arteterapia conseguiram evolução
 no tratamento.
Alunos, docentes e coordenadores prestigiaram o evento que também contou
com a apresentação da banda “Tocando em Frente”, que é formada apenas
 por pacientes do Ceir. No local também aconteceu exposição de obras de arte 
confeccionadas pelos pacientes do Centro durante a arteterapia.

domingo, 1 de abril de 2012

AUTISMO - PORQUE A MUSICOTERAPIA AJUDA


AUTISMO- TRANSTORNO GLOBAL DE DESENVOLVIMENTO (TGD)- PORQUE A MUSICOTERAPIA AJUDA



                                                     Por Nydia do Rego Monteiro- 2/4/2012

As pessoas diagnosticadas com autismo ou com transtorno global de desenvolvimento tem alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação.Pode ter também um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. As diferenças costumam se tornar aparentes antes da idade de três anos e aí neste momento, ou até antes, entre 1 ano a 2 anos e meio a entrada da musicoterapia é importante como estimulação no momento em que o cérebro está em formação e em transformação. O cérebro do autista já diagnosticado é diferente, já científicamente comprovado e as principais estruturas envolvidas são: o Cerebelo (atividades motoras, equilíbrio e a coordenação), a Amígdala (comportamento social e emocional), o Hipocampo (memória), Corpo Caloso (comunicação entre os dois hemisférios) e o Giro do Cíngulo (área de integração entre informação visual e sistema límbico). Quanto ao processamento do som pode se destacar informações importantes: há um atraso médio de 11 milissegundos (11/100 de segundos) no processamento do som e da linguagem no cérebro desta clientela (ROBERTS, 2010). Por isso quanto mais cedo a musicoterapia entrar para acelerar este processamento, menos comprometimento esta criança e futuro adulto terá em todas as áreas, já que o processamento auditivo é a porta de entrada para a construção de todo um desenvolvimento neuropsicomotor e de interação social. Vários estudos também já comprovaram que a conexão entre os neurônios no cérebro autista pode também vir acompanhada de barulho ou ruído, como a estática de um rádio. Há, então, um processamento de baixa ordem ou fraca coerência central, ou seja, por isso tem dificuldade para escolher entre duas fontes de informação, porque geralmente causa uma “sobrecarga” ou “hiperestimulação” e com um treinamento musical antecipado esta dificuldade pode ser minimizada ou até vencida. A música aplicada por um profissional graduado/especializado e treinado na área de saúde, o musicoterapeuta, com uma criança ainda em idade precoce se possível, muitas vezes ainda com diagnóstico não fechado por um neuropediatra, tem um prognóstico muito melhor em relação a outras crianças que não tenham esta qualidade e diferencial de estimulação. Como profissional musicoterapeuta que trabalho com esta clientela há 16 anos, tenho a certeza e posso afirmar que quanto mais cedo estas crianças são encaminhadas pelos neuropediatras para atendimento, os objetivos são alcançados com muito mais eficácia e melhor qualidade de vida estas crianças e suas famílias terão. Além de auxiliarmos a entrada de outras terapias e a interação na escola, família e socialmente.



Para Musicoterapeutas e cuidadores:


Estratégias que tem resultados eficazes no trabalho com esta clientela:
- Ter sequências e rotinas estabelecidas. Ex. canto para saudação inicial e final da sessão.

- Volume fraco empregado na voz da musicoterapeuta inicialmente, andamento mais lento ao verbalizar ações, depois, demonstração visual, nunca ao mesmo tempo.

- Quando observarmos sinais de ansiedade ou sobrecarga sensorial (ex. mãos sobre os ouvidos, balanços constantes típico de corpo,gritos) dar a criança um espaço que possa gerar calma e tranqüilidade, uma área com almofadões, colchonetes, música suave , ou sem som nenhum, sem muita luz e estímulos.)

- Antecipar a criança o que sucederá uma vez que termina a atividade.

- Prestar atenção aos interesses da criança para a partir dalí guia-la a uma nova aprendizagem .


Técnicas para TGD mais atuais segundo o modelo de Musicoterapia Neurológica:


-Treinamento musical sensorio-orientativo ou MSOT (Musical Sensory Orientation Training (Ogata, 1995)
-Treinamento musical para o controle de atenção ou MACT (Musical attention control training (Thaut, 2003)
- treinamento musical de funções executivas ou MEFT (Musical Excecutive function training (Dolan, 2002; Damasio, 1995; Behara y otros, 2000)
- treinamento da percepção auditiva ou APT (Auditory Perception Training
(Bettison,1996; Gfeller y otros, 1997; Heaton y otros, 2001)
- Execução Instrumental Terapêutica ou TIMP (Therapeutic Instrument Playing
(Elliot, 1982, Clark & Chadwick, 1980)..
- Desenvolvimento da linguagem e da comunicação através do treinamento com música ou DSLM (Developmental speech/language trainning throu music)
(Alberti&Pfeiffer,2010- http://www.neuromusica.org/)**Novos
cursos iniciando.
.Homenagem que faço ao Dia Mundial do Autismo todos os anos.Aprendi a amá-los e muito aprendi em minha vida com cada um deles e seus pais. Muito obrigada pelo privilégio de conviver com voces, tão especiais !   2/4/12


Outros artigos estão no meu blog na coluna de artigos científicos : “Musicoterapia: A prática clínica sob a ótica da neurociência.”-2010

segunda-feira, 5 de março de 2012

Pacientes Parkinsonianos e a Musica- Dr. Sacks


Muitos têm conhecimento sobre o notável poder da música em fazer desaparecer os bloqueios de fala das pessoas que gaguejam (cantar é uma das formas mais infalíveis de eliminar momentaneamente a gagueira). Mas poucos sabem que um efeito similar também ocorre no mal de Parkinson, também chamado de gagueira cinética. Neste vídeo, o neurologista Oliver Sacks fala sobre como é surpreendente a forma com que pacientes parkinsonianos reagem ao estímulo fornecido pela música. Impedidos pela doença de falar e se mover com fluxo e suavidade, a música momentaneamente consegue trazer-lhes de volta à normalidade, restaurando-lhes a leveza e o ritmo dos movimentos. A história contada no vídeo é um dos casos clínicos relatados em seu novo livro, Musicophilia, lançado no Brasil com o título "Alucinações musicais".



Onde ele recomenda bastante o tratamento com Musicoterapia para pacientes da área neurológica. Dr. Sacks já trabalha há muitos anos com musicoterapeutas nos Estados Unidos, como a famosa e respeitada Connie Tomaino.
*Depois deste livro já tivemos mais dois editados no Brasil pela Companhia das letras:
"Vendo Vozes" 2010  e " O Olhar da Mente"- 2010- Muito bons, vale a pena lê-los.
Eu recomendo.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Setor de musicoterapia do Ceir é destaque em revista nacional


12/01/2012 por Glenda Uchôa
http://www.ceir.org.br/noticias.php?id=355

A musicoterapeuta do Ceir, Nydia do Rego


A Revista Brasileira de Musicoterapia em sua 11º edição apresenta um artigo sobre o desenvolvimento Audiomusicoverbal Infantil feito pela musicoterapeuta do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), Nydia do Rego, baseado em observações feitas a partir de experiências vividas pela profissional no Centro e em outras atuações.
O objetivo do artigo “Quadro do desenvolvimento Audiomusicoverbal infantil de zero a cinco anos para a prática de Educação Musical e Musicoterapia” é difundir as observações do quadro que tem uso prático para os profissionais da área.
 “Foi durante as reuniões com a equipe do Ceir, trocando idéias e vendo a grande necessidade de ter algum material que pudesse servir como base no tratamento dos bebes que eram encaminhados para o tratamento, que decidimos aprofundar esse trabalho”, explica a musicoterapeuta, Nydia do Rego, e acrescenta que a ação pioneira também já foi adotada como prática pela AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).
No setor de musicoterapia do Ceir existe atendimento voltado exclusivamente para grupo de bebês, onde a família é inserida durante as sessões e pode acompanhar o desenvolvimento da criança, além de receber orientações para contribuir no tratamento.
O Ceir é referência no tratamento de reabilitação física da pessoa com deficiência. O Centro através de sua equipe multidisciplinar trabalha para reintegrar o paciente com deficiência na sociedade, no mercado de trabalho e na sua família.